Criado em 1995 pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Internacional dos Povos Indígenas busca garantir a autodeterminação e os direitos humanos a diversos grupos étnicos, além de condições de existência minimamente dignas, principalmente no que se refere às condições de vida e cultura, bem como à garantia aos direitos humanos.

O Instituto Ethos trabalha para a construção de uma sociedade mais justa e sustentável. Dessa forma, proporciona ferramentas que abordam a equidade entre raças. Nos Indicadores Ethos, por exemplo, há uma questão específica sobre como as empresas se relacionam com as comunidades do entorno de suas atividades, fomentando a interação. Além disso, o indicador orienta que as companhias exercitem sua responsabilidade social e desenvolvam projetos que beneficiem as populações locais, uma vez que suas atividades geram impacto sobre elas. Há ainda uma interlocução sobre riscos e impactos nos negócios cada vez mais latente no âmbito dos direitos humanos, de modo que as organizações considerem esse tema como parte dos riscos e levem em consideração aspectos sociais, ambientais e de integridade em sua atuação.

O “Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil e suas Ações Afirmativas”, uma pesquisa histórica, cuja última edição foi lançada em maio, traz demonstra a baixa representatividade dos indígenas nas empresas. Pode-se observar que não estão presentes em conselhos administrativo e executivo, figurando em maior número como aprendizes, com um índice de apenas 0,4%. Quando questionadas, as empresas informam não ter medidas para ampliar sua participação no quadro funcional, além de mostrarem falta de conhecimento ou experiência para lidar com assuntos relacionados a ações afirmativas e inclusão social.

Conheça o “Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil”

Uma das ações que desempenhadas pelo Ethos nesse assunto foi a promoção de um seminário e o lançamento da “Carta Aberta ao Governo Brasileiro sobre os Direitos dos Povos Indígenas e o Desenvolvimento Sustentável do País”, um documento que reúne uma série de recomendações ao governo brasileiro para garantir os direitos humanos dos povos indígenas, indicando que isso é fundamental para o desenvolvimento sustentável do país.

É importante mencionar ainda que o Ethos é um articulador e mobilizador para os temas de responsabilidade social. A instituição acompanha a questão indígena desde a sua fundação e dialoga com outras organizações, como o Instituto Socioambiental (ISA). É importante lembrar que essa temática também é trabalhada em iniciativas das quais fazemos parte, como os Objetivos do Milênio e, mais recentemente, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

 

Por Rejane Romano, do Instituto Ethos.

Foto: Caio Pimenta/Veja São Paulo