O Ethos comenta como as práticas de integridade, individuais e coletivas, são benéficas para a sociedade

No último domingo, durante a partida de futebol entre São Paulo e Corinthians, uma atitude louvável do jogador Rodrigo Caio, do São Paulo, ganhou destaque na mídia. O zagueiro se chocou com o goleiro do seu próprio time, mas o jogador Jô, do Corinthians, que estava envolvido na confusão, levou o cartão amarelo. Então, o jogador Rodrigo relatou ao juiz que o colega do time adversário não havia cometido infração, acarretando a retirada do cartão amarelo do jogador corinthiano.

Desde o ato de fair play (jogo justo), Rodrigo Caio tem sido elogiado por outros jogadores, dirigentes e torcedores, mas também tem sido criticado pela atitude, com o argumento de que tal ato não cabe no futebol, por conceder uma vantagem ao adversário.

Tomando este caso como exemplo, o Ethos chama a atenção para a questão das pequenas corrupções e como estas definem a relação que uma nação tem frente à corrupção em grandes espaços, como na política e no setor empresarial.

Em 2014, a CGU (Controladoria Geral da União) lançou a Campanha “Pequenas Corrupções – Diga Não” para conscientizar cidadãos sobre a importância do combate a atitudes não-éticas que, de modo geral, são consideradas pequenas e sem importância, como: furar a fila, comprar produtos pirateados, não declarar o imposto de renda ou desrespeitar assentos e/ou vagas preferenciais. As pequenas corrupções listadas na campanha foram baseadas em uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais e o Instituto Vox Populi.

“Uma nação ética impulsiona que as outras relações da sociedade sigam este exemplo pressionando por ambientes políticos, econômicos, empresariais e sociais mais íntegros. As pequenas corrupções são um mal social e também requerem atenção da população que demanda um espaço mais transparente. A democracia está estritamente alinhada com a transparência. Países com práticas recorrentes e pilares baseados na corrupção tendem a ser menos transparentes, o que por sua vez, alimenta a permanência das relações não-íntegras. Por isso, pressionar por uma política mais transparente é também trabalhar a transparência e a integridade no setor social”, avalia Caio Magri, diretor presidente do Ethos.

É importante reconhecer que o combate à corrupção passa por diversos setores da sociedade e depende de uma ação conjunta para criar uma consciência da necessidade e do papel de cada indivíduo para se estabelecer uma sociedade mais justa e íntegra. Conheça as iniciativas do Ethos na área de Integridade aqui.

Por Bianca Cesário, do Instituto Ethos

Foto: Daniel Augusto Júnior / Ag. Corinthians