O conteúdo desse espaço, construído pelo Ethos, visa aprofundar a reflexão sobre as vantagens competitivas do desenvolvimento sustentável.

Este ano, a Estação do Conhecimento Sustentabilidade em Foco, da HSM Expomanagement, conta com a parceria de conteúdo do Instituto Ethos para discutir alguns dos principais dilemas do desenvolvimento sustentável enfrentados pelas empresas.O evento começou nesta segunda-feira (5/11) e vai até quarta (7/11), no Expo Transamérica, em São Paulo.

As Estações do Conhecimento fazem parte da programação da tradicional HSM Expomanagement que, anualmente, traz a São Paulo os maiores nomes em gestão e estratégia corporativa para discutir as tendências dos negócios com executivos e CEOs brasileiros.

Essas Estações estão divididas em cinco núcleos temáticos e, em cada uma delas, especialistas nesses temas aprofundam a reflexão sobre as ideias e conceitos. As discussões são abertas a convidados, que, no entanto, precisam se cadastrar gratuitamente, com uma hora de antecedência, para ter acesso à programação.

Sustentabilidade em Foco

Quais serão os novos desafios da gestão empresarial na nova economia é o principal eixo dos debates nos três dias da Estação de Sustentabilidade em Foco, da HSM Expo Management, sob a curadoria do Instituto Ethos.

Num ambiente de discussão e exposição de conteúdos de vanguarda sobre gestão e estratégia corporativa com executivos e CEOs brasileiros, encontram-se as cinco estações temáticas de conhecimento. Essas estações nada mais são do que espaços dedicados com uma programação paralela à do auditório principal do evento. Nelas, especialistas do tema que se deseja abordar aprofundam a reflexão sobre as ideias e conceitos a eles relacionados.

Para a Sustentabilidade em Foco, o Instituto Ethos convidou Aron Belinky, da ONG Vitae Civilis, Ricardo Abramovay, da Faculdade de Economia da USP, Stuart Hart, professor de Empresas Globais Sustentáveis e de administração na Johnson School of Management, da Cornell University, e Denise Hills, superintendente de Sustentabilidade do Itaú-Unibanco, só para citar alguns nomes.

O primeiro dia (5/11) começou com um pertinente debate sobre o tema “O Que Mudou com a Rio+20: Oportunidades para as Empresas”. Os participantes foram Aron Belinky, da ONG Vitae Civilis, e Luiz Eduardo Rielli, gerente de Sustentabilidade da CPFL Energia, como paletrantes, e Marcus Nakagawa, presidente da Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade (Abraps), como moderador.

Num período, que podemos chamar de pós-Rio+20, palestrantes e moderador concordaram que ficou um certo dissabor entre os participantes do grande encontro promovido no Rio de Janeiro pela Organização das Nações Unidas (ONU), em relação aos seus resultados oficiais e à participação do governo brasileiro. “O documento oficial e final que resultou da Rio+20 – O Futuro Que Queremos – foi morno e ficou aquém das expectativas, enquanto o governo brasileiro colocou o evento como um ponto de partida para a construção de um mundo mais sustentável”, explicou Rielli. “Por outro lado, mais de 1.500 líderes empresariais participaram do evento. Acredito que só conseguiremos avaliar o impacto da Rio+20 ao longo dos tempos”, opinou.

Para Aron Belinky, o conhecimento gerado, sobre desenvolvimento sustentável nos 3.000 eventos ocorridos durante a Rio+20 ainda está desarticulado, pulverizado, e talvez por isso  cause essa sensação de fracasso. Entretanto, segundo ele, os debates travados durante o evento no Rio, servirão como premissa para estabelecer uma futura agenda mundial. “A visão da Rio+20 carece de ligar os pontos”, diz o coordenador de processos internacionais do Vitae Civilis. “Um ponto forte do documento final do evento é não ter erodido acordos já feitos, ou seja, não houve passo para trás. Por outro lado, me preocupa a falta de ambição do mesmo em não estabelecer metas e objetivos. Esse documento não reconhece a presença de limites e fronteiras”, explica.

Oded Grajew, coordenador geral do Programa Cidades Sustentáveis e da Rede Nossa São Paulo, foi o próximo a discursar para a plateia da Estação Sustentabilidade em Foco, falando sobre o tema “A Cidade Sustentável do Futuro e o Papel das Empresas”.

Em seguida, Ricardo Abramovay, professor do Departamento de Economia da FEA/USP, falou sobre as contas com as quais as empresas não estão acostumadas a lidar – os custos socioambientais ligados à sua existência e atividade – e sobre outros desafios que as empresas do século XXI terão de enfrentar para se adequar às necessidades de um desenvolvimento sustentável. Dimensão material e energética inédita das desigualdades do mundo contemporâneo, problemas do sistema econômico atual em relação às fronteiras e limites ecossistêmicos e necessidades básicas que devem ser preenchidas pela produção material e pela oferta de bens de serviço foram alguns dos tópicos abordados por Abramovay. “Uma resposta para esses problemas é a inovação tecnológica. Teremos de fazer a mesma coisa com menos”, concluiu Abramovay, que encerrou o dia com o lançamento de seu livro Muito Além da Economia Verde, da editora Planeta Sustentável, e com uma sessão de autógrafos para a numerosa plateia, presenteada com exemplares doados pela CPFL Energia.

Por Ana Rosa Colhado, para o Instituto Ethos