Debate da Conferência Ethos em São Paulo compartilhou experiências de diversos setores

Encontrar caminhos para promoção da integridade pode ser ainda mais desafiador quando se intenta fazê-la de maneira coletiva. Contudo, os frutos também são colhidos de forma mais integral e acaba por promover um ambiente mais ético para todos. A temática das ações coletivas na área de integridade foi tema de mesa da Conferência Ethos 360º em São Paulo e contou com a participação de Luiz Felipe Costamilan, diretor de relações institucionais da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp); Maurício Bove, gerente jurídico do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP); Ana Cristina Freire dos Santos, diretora de compliance da Queiroz Galvão; Louise Bezerra, diretora executiva da Atletas pelo Brasil e Felipe Saboya, gerente executivo de relações institucionais do Instituto Ethos.

“As ações coletivas geram aprendizados em conjunto e dão a oportunidade para que empresas sejam líderes, mostrem caminhos a fim de inspirar que outras organizações do setor adotem novas medidas”, disse Costamilan ao compartilhar a experiências da Anahp para promoção da integridade entre seus associados.

Com o objetivo de estimular práticas mais íntegras entre as entidades esportivas, o Pacto pelo Esporte nasceu e novos projetos são traçados. “Nascemos de uma iniciativa de empresas patrocinadoras que queriam ter segurança do seu investimento, em um ambiente marcado por escândalos de corrupção, além do próprio interesse dos atletas. Agora, em parceria, estamos realizando o Rating de Entidades Esportivas que tem como objetivo incentivar ações de integridade e aprimoramento da governança destas organizações. Com isso, todo mundo ganha com mais transparência e segurança”, compartilhou Louise Bezerra.

Na área do petróleo, Maurício Bove aponta que o setor sofreu com os escândalos recentes e que este foi um impulsionador para a procura de novas estratégias de negócios, focados no compliance e na integridade. “A IBP trabalha, em conjunto com as empresas e próximo a elas, por um ambiente mais íntegro no setor de petróleo e gás”, apontou Bove.

A experiência da Queiroz Galvão foi compartilhada por Ana Cristina dos Santos. “Nós trabalhamos em conjunto com o setor público e nos perguntávamos como ele estava promovendo a integridade e queríamos acelerar e incentivar este caminho”, conta ao explicar sobre a vivência ao promover o programa Governo Aberto em duas cidades em que a construtora tem operação. O programa, desenvolvido em parceria com organizações sociais de gestão pública e integridade, tem como objetivo fomentar a transparência dos munícipios a fim de incentivar o controle social. “A mudança depende de cada um de nós. As cidades precisam de hospitais e creches, mas a melhor coisa que podemos oferecer é uma gestão pública boa, transparente e com a participação da sociedade”, indica a diretora de compliance da construtora.

Os caminhos para o desenvolvimento de acordo coletivos podem ser desafiadores, mas os palestrantes presentes apresentaram alguns possíveis. “É preciso encontrar um denominador comum a todos os interessados no acordo, algo que os una”, indicou Ana Santos, da Queiroz Galvão. “Recomendamos procurar uma associação de classe, que consegue reunir com mais facilidade diversos membros de um mesmo ramo, facilitando o diálogo”, apresentou Luiz Costamilan, da Anahp. E, “É preciso institucionalizar o programa que se deseja promover, é importante que ele esteja inserido na empresa, que seja um elemento de governança”, finalizou Maurício Bove, do IBP.

 

Por Bianca Cesário, do Instituto Ethos

Foto: Clóvis Fabiano e Kleber Marques