Empresas compartilharam experiências na Conferência Ethos em São Paulo

“Estamos a serviço de quem?” foi a provocação colocada por Guilhermo Scallan, diretor de inovação social da Fundação Avina na mesa “Inovação para uma nova economia” na Conferência Ethos 360º em São Paulo, que também contou com a participação de Luiz André Soares, gerente sênior de Governo e Sustentabilidade da Coca-Cola Brasil; Carla Crippa, gerente de sustentabilidade da Ambev e Lígia Camargo, head de sustentabilidade da Danone no Brasil.

Os representantes das empresas compartilharam como mudaram seu modo de fazer negócios a fim de direcionar ações para o impacto social, de forma a contribuir com a construção um mundo mais justo. “A Danone fez uma escolha: abrimos mão de todas as divisões que não entregavam saúde aos nossos consumidores. Acreditamos que toda vez que você escolhe algo para comer ou beber, você escolhe o mundo que você quer viver”, apresentou Lígia Camargo.

Soares compartilhou que na Coca-Cola o processo de mudança foi feito de forma consciente. “Nós sabíamos que não dava para mudar tudo, ou apagar o nosso passado, mas resolvemos pensar em modelos de negócio que fossem diferentes, questionando a forma como tínhamos feito até aqui. Com isso, decidimos integrar investimento social a estratégia de negócio e integrar o negócio ao impacto que queremos causar”, comentou.

A preocupação com o meio ambiente não ficou fora do debate. “A Coca-Cola entende que seu impacto pode ser colhido também em suas cadeias e, portanto, optamos por comprar guaraná de pequenos empreendedores, que trabalham com sistemas agroflorestais. Esta foi uma inversão da lógica que seguíamos, em que 70% da compra era feita com grandes produtores”, falou Soares. A questão da água, insumo essencial das empresas de bebidas, também foi debatida. “Milhões de pessoas no mundo vivem sem água devido a problemas ambientais”, pontuou Scallan. “A questão da água é crucial para a Ambev e escolhemos focar neste tema fomentando iniciativas de acesso à água, inclusive criando um produto cujo lucro vai para esta causa”, compartilhou Carla Crippa, da Ambev.

“Queremos ser um vetor, mas sem a pretensão de resolver sozinhos o problema”, apresentou Crippa, da Ambev, ao comentar sobre a necessidade de ações coletivas e integradas para resultados com maior impacto. “Temos muitos problemas a resolver, a tecnologia e ciência podem nos auxiliar neste processo. Teremos que construir um futuro juntos, um mundo que queremos e do qual seremos protagonistas”, finalizou o diretor de inovação social da Avina.

 

Por Bianca Cesário, do Instituto Ethos

Foto: Clóvis Fabiano e Kleber Marques