Ministério do Trabalho diz que ação foi remarcada por dificuldades na compra de bilhetes

Na última quarta-feira (31), o Ministério Público do Trabalho (MPT) divulgou em nota que a operação contra o trabalho escravo que aconteceria no Acre, na região Norte, foi cancelada por falta de passagens aéreas para os auditores do trabalho e policiais rodoviários federais que participariam da ação.

O imbróglio com as passagens teria acontecido devido ao Ministério do Planejamento ter suspendido a compra direta de bilhetes aéreos via Sistema de Concessão de Diárias e Passagens, desde 1º de janeiro deste ano. Desta forma, as passagens passaram a ser emitidas por meio de um contrato que o Ministério do Trabalho tem para “situações excepcionais” o que faz com que a pasta só tenha autorizada compras “imprescindíveis”.

Além de alegar a “dificuldades burocráticas para a emissão das passagens”, o MPT afirma que “o corte do orçamento na política de combate ao trabalho escravo em 2017 já resultou em uma drástica redução do número de operações e trabalhadores resgatados”. Dados do Observatório Digital de Trabalho Escravo apontam que o número de apreensões foi reduzido. Em 2016 foram realizadas 106 operações de combate ao trabalho escravo, com 658 trabalhadores resgatados, enquanto que, “em 2017, os números caíram, respectivamente, para 88 e 341″, disse o Ministério Público do Trabalho.

Segundo informações do MPT a compra dos bilhetes já foi autorizada e, por questão de segurança, não poderia informar a nova data da operação.

A pasta segue sem ministro desde dezembro do ano passado, quando Ronaldo Nogueira pediu demissão, e a nomeação da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ), permanece suspensa, devido a condenações trabalhistas contra a mesma.

 

Por Rejane Romano, do Instituto Ethos

Foto: Cícero Omena, Flicker