Mobilidade como serviço e design thinking transformam usuarixs em protagonistas

No último dia 23 de maio o ForumMobi, iniciativa dos institutos Ethos e Friedrich Naumann voltada a questões de mobilidade urbana, realizou uma reunião para apresentar o artigo “O impacto da inovação tecnológica na mobilidade urbana da cidade de São Paulo”, elaborado em parceria com o as organizações Readymake, Polo Planejamento e Scipopulis.

Participaram da reunião: Da Polo Planejamento, Laury Liers, engenheira Urbana e Ambiental e Thiago Gomes, sócio fundador da organização e mestre em Planejamento e Gestão do Território. Por parte da Readymake, a sócia fundadora Camille Bianchi, arquiteta urbanista e Ana Clara de Souza Santana, também arquiteta urbanista e Melina Spiga, mestre em sociologia urbana e políticas públicas. E, da Scipopulis, Ivo Pons, sócio fundador e doutor em Arquitetura e Urbanismo.

Além de recomendações e análises sobre o atual cenário da mobilidade urbana na cidade de São Paulo, o artigo traz a introdução quanto ao conceito conhecido como Mobility as a Service (MAAS), ou mobilidade como serviço. “Esse conceito enxerga a mobilidade não mais como um ‘fardo’ para os agentes públicos e privados, mas como uma oportunidade. Isso porque o MAAS tem como principal objetivo oferecer serviços de transporte flexível, personalizado, com diversas opções de escolha, tarifas facilitadas, facilidade de transação e pagamento e incentivo ao planejamento das viagens”, avalia Flavia Resende coordenadora de práticas empresarias e políticas públicas do Ethos.

Diretrizes que se bem acolhidas, internalizadas e implementadas possibilitam a otimização da experiência de usuários e usuárias ao acompanhar a demanda em tempo real e combiná-la de forma dinâmica com a oferta de transportes, oferecendo a viagem que mais agradar, seja, quanto a acessibilidade, agilidade ou melhor custo benefício.

“Esse conceito MAAS tem no cerne outros dois conceitos essenciais e muito inovadores nessa visão da tecnologia auxiliando a melhoria da mobilidade nas cidades: design thinking e o usuário e usuária no centro das decisões. O olhar e o foco, numa cidade inteligente, mudam transformando o usuário em protagonista e principal tomador de decisões sobre quais modais são os melhores a serem utilizados e consequentemente, incentivados”, explica Resende destacando serem estes dois pontos: MAAS e design thinking, algumas das principais recomendações “para o sucesso de desenvolver novas tecnologias para mobilidade nas cidades”.

O artigo não só aborda inovações no setor, mas também avalia ferramentas já em utilização, mas que carecem de melhorias, como a questão do acompanhamento dos horários dos ônibus. Durante a reunião novos pontos de vista foram observados ressaltando que a publicação “não é um fim, mas sim um começo do pensar e (re)pensar a mobilidade urbana em grandes cidades”, como assentiram os presentes.

A regulamentação atual também foi observada pelo artigo, tanto do ponto de vista de mobilidade e tecnologia, na cidade de SP, quanto em relação a legislação federal. A conclusão é que não faltam regulações, mas sim inovação e tecnologia, e mais, ainda, “como isso se insere no setor público, onde as limitações são grandes ainda”.

De modo geral, o artigo faz três principais recomendações:

1) Incorporar inovação tecnológica e dados abertos na gestão das cidades
2) Basear-se em evidências para definir políticas públicas
3) Ter o cidadão como protagonista da mobilidade urbana

Confira o artigo na íntegra aqui.

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Por Rejane Romano, do Instituto Ethos

Foto: Basil Lade – Unsplash