Brasil não está na lista de 23 nações que firmaram uma declaração paralela à reunião Ministerial pela Ação Climática encerrada esta semana em Bruxelas

O saldo das reuniões desta semana sobre mudanças climáticas, realizadas em Berlim e Bruxelas, foi o comprometimento com metas mais elevadas de corte nas emissões dos gases de efeito estufa e também de maior financiamento climático. O Brasil participou dos dois encontros, tendo sido representado em Bruxelas pelo embaixador Antonio Marcondes, Sub-secretário geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do Itamaraty. Apesar disso, o país não figura entre as mais de duas dezenas de nações que se comprometeram a explorar opções para elevar seus compromissos climáticos até 2020 em uma declaração firmada paralelamente à reunião Ministerial sobre Ação Climática.

Por parte da União Europeia veio a declaração de que o bloco está posicionado para elevar de 40% para 45% suas metas de redução de gases de efeito estufa.  Já a França e a Alemanha – que tiveram um encontro de líderes no intervalo entre as reuniões climáticas de Berlim e Bruxelas – firmaram o compromisso de desenvolver uma estratégia para que a União Europeia seja neutra em carbono até 2050.  Em uma declaração conjunta surpreendentemente forte, a Alemanha e a França declararam que essa estratégia não é apenas uma necessidade, mas uma oportunidade econômica. A Alemanha e a França também estão empenhadas em garantir que a União Europeia se comprometa a atualizar na COP24, em dezembro deste ano, os seus compromissos climáticos (NDCs) até 2020.

Nos Diálogos de Petesberg, a Chanceler Alemã Ângela Merkel disse que a Alemanha está em vias de duplicar o financiamento público do clima até 2020, em relação aos níveis de 2014.  Ela também declarou que a Alemanha apoiará o preenchimento do Fundo Verde para o Clima, dando esperança de que os países desenvolvidos poderão cumprir a promessa, feita na COP15, de mobilizar 100 bilhões de dólares ao ano até 2020 para as nações em desenvolvimento.

Laurent Fabius, Presidente da COP21 e ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros da França e um dos participantes das reuniões da MoCA em Bruxelas, declarou: “Dada a urgência de ação, é crucial que persigamos o objetivo de tornar a COP24 em uma COP ‘triple A’: Ambição, Ação e Aceleração. Precisamos manter a ambição demonstrada no Acordo de Paris. Precisamos adotar ações imediatas para garantir a sua plena implementação. E precisamos acelerar seu ritmo, a fim de combater as consequências catastróficas das mudanças climáticas.”

Os principais tópicos discutidos esta semana incluíram as regras que irão reger o Acordo de Paris, os fluxos de financiamento do clima para os países em desenvolvimento e a eliminação dos combustíveis fósseis.

 

Por Aviv Comunicação

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