Questão das mulheres merece um olhar cuidadoso por parte de toda a sociedade

O Instituto Ethos entende que a ex-deputada Fátima Pelaes não deve ser nomeada para a Secretaria de Mulheres até que se esclareça seu envolvimento nos atos ilícitos investigados pelo Ministério Público Federal e pela Procuradoria-Geral da República, conforme foi noticiado hoje pelos principais veículos de comunicação do país.

Vemos com grande preocupação as repetidas nomeações de ministros e secretários pelo governo de Michel Temer acusados de envolvimento em casos de corrupção ou de interferência em investigações em andamento. Acreditamos que, acima de tudo, os cargos no poder público não devem ser ocupados por indivíduos associados e/ou suspeitos de associação a casos de corrupção.

A questão das mulheres merece um olhar cuidadoso por parte de toda a sociedade. No Brasil, elas representam somente 10% do Congresso Nacional e apenas 13,7% ocupam cargos executivos nas 500 maiores empresas do país, embora tenham maior nível de escolaridade do que os homens. Além disso, recebem salário 30% menor do que homens que estejam na mesma posição. Esses fatos denotam a importância de ações contundentes de estímulo à valorização e à mudança da sub-representação das mulheres nesses importantes segmentos sociais.

O avanço das mulheres nesses espaços é fator-chave para a necessária inflexão de nosso modelo de desenvolvimento, no sentido de proporcionar uma maior inclusão, redução da desigualdade, respeito ao meio ambiente e cultura de paz e confiança. As lideranças nos espaços de governo e empresas inspiram e sinalizam mudanças para toda a sociedade e, assim, não podemos correr o risco de retrocessos nesse importante tema para o país.

 

Instituto Ethos
www.ethos.org.br
03/06/2016

Foto: Nappy