Evento aconteceu no dia 24 de maio

O primeiro Conexões Ethos aconteceu em Curitiba, marcou os 15 anos de atividade do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE) e abriu o debate sobre temas relevantes no cenário brasileiro, como a agenda do desenvolvimento sustentável e da economia inclusiva e a intensidade de carbono e a economia do Paraná, pois cada vez se mostra mais urgente dialogar sobre as capacidades e oportunidades da transição para uma economia de baixo carbono.

Caio Magri, diretor-presidente do Instituto Ethos, abriu os trabalhos ressaltando a importância sobre o Ethos percorrer o Brasil e discutir os princípios de equidade e as boas práticas corporativas, provocando o diálogo e o olhar das economias locais, sobretudo para o cuidado com a agenda ambiental. “Temos que entender de forma definitiva que, no Brasil, riqueza é agir em favor do meio ambiente”, afirmou Magri.

Uma das provocações do Conexões Ethos foi falar sobre a intensidade de carbono e a economia do Paraná e região Sul, debatendo suas oportunidades para o protagonismo nessa agenda de adaptação climática. E qual o maior desafio? Segundo Natalie Unterstell, superintendente de inovação do Governo do Paraná, a ação já está atrasada: “O que acontece se não agirmos apropriadamente com relação a mudança do clima? Todos os cenários são de perda. O cálculo é que se até 2050 não fizermos nada, perderemos até 2% do nosso PIB.”

A agenda do clima é tão importante em nível nacional que a sociedade brasileira já se organiza antes da COP para a realização de um evento em outubro, em Recife, para contribuir com a agenda de redução do carbono, como anunciou Flávia Resende, coordenadora de Projetos de Meio Ambiente do Ethos.

Já no painel de discussão sobre as iniciativas para promoção da inclusão racial e de gênero nas empresas, o foco foi discutir caminhos para vencer as barreiras tangíveis e intangíveis nas empresas. “Ter poucas pessoas negras num evento como esse não é uma realidade apenas em Curitiba, que nós sabemos que a população negra é menor. É uma realidade nos espaços de poder no Brasil”, observou Giselle dos Anjos Santos, consultora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades – CEERT.

Outra dificuldade enfrentada no cenário brasileiro abordado no evento foram as questões que permeiam a sustentabilidade na cadeia de valor das empresas. “Atuar fortemente junto aos fornecedores ainda é um desafio a ser enfrentado pelas empresas”, contribuiu Ana Lucia Custódio, diretora-adjunta do Instituto Ethos. Parte dos obstáculos, nesse sentido, vem da complexidade em incorporar, de fato, as práticas: “Tem uma questão fundamental que é poder sair da teoria ou mesmo trazer a teoria para a prática. O arcabouço legal e oportuno no fazer acontecer e sobretudo relatar as experiências”, explica Norman de Paula Arruda, presidente do ISAE FGV e Co-chair PRME LAC, ONU.

O evento abordou ainda a contribuição das empresas para o alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS e Felipe Olivari do Carmo, sócio do Marins de Souza, Leal & Olivari Advogados ressaltou a relevância do relacionamento com o poder público nesse contexto: “Hoje, o Paraná ainda precisa de um desenvolvimento melhor quanto a relação entre o setor público e as empresas. Precisamos de mais atores, para tanto o poder público tem uma importância muito grande.”

Em concordância, Guilherme Augusto Garcia Geronasso, coordenador ambiental da Ambiensys Gestão Ambiental, destacou a importância do debate e a oportunidade de progredirmos com relação aos ODS: “Acredito que aqui no sul do Brasil ainda podemos evoluir muito quanto aos ODS. Por isso a importância de um evento como esse, porque ainda temos ações tímidas.”

O Conexões Ethos em Curitiba colocou em pauta e ajudou a enriquecer o debate sobre o desenvolvimento sustentável com foco na economia e nas empresas da região, estimulando o estabelecimento de Conexões em outras capitais brasileiras.

O próximo Conexões Ethos levará a discussão para Belo Horizonte, no segundo semestre de 2019.