Estudo vai quantificar os estoques de carbono do cinturão citrícola localizado em São Paulo e Minas Gerais

A maior área de citricultura do mundo fica localizada no Brasil, mais precisamente no cinturão citrícola, localizado entre os estados de São Paulo e Minas Gerais. São mais de 600 mil hectares de produção e o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), em parceria com a Embrapa, começou um estudo para quantificar os estoques de carbono promovidos pelas árvores dos pomares.

“As florestas são grandes sumidouros de carbono, grandes estocadores de carbono e contribuem muito com a mitigação da mudança do clima, sequestrando o CO2 que causa o aquecimento global. E os pomares de laranja também têm essa contribuição. As árvores dos pomares, quer seja de laranja ou de limão, elas também têm esse potencial de estocar ali nas raízes, no tronco, nos galhos das flores, bastante carbono atmosférico e também no solo. Com o tempo elas também vão incorporando muitas raízes mortas, que vão se decompondo e se transformando em carbono orgânico no solo. Então um dos principais sumidouros de carbono dentro dos palmares também é o carbono no solo, além desse estoque de carbono nas árvores”, explicou Lauro Nogueira Júnior, pesquisador da Embrapa Territorial, em participação no Planeta Campo.

O estudo tem como objetivo mostrar quanto de carbono os pomares do cinturão agrícola são capazes de sequestrar. Para isso, a pesquisa será realizada em duas fases. “A gente tem uma fase primeiro de coleta de dados, de análise dessas árvores. Então vamos fazer análises diretas, vamos estimar essa biomassa de carbono dentro das árvores. Então essa é a primeira etapa, a gente vai ter que fazer uma avaliação de 80 árvores dos pomares. E uma segunda fase seria estimar, então a gente vai usar modelos matemáticos para poder extrapolar o que a gente achou nessas 80 árvores para todo esse cinturão citrícola de 600 mil hectares em São Paulo e Minas Gerais”, conta Nogueira..

Além das áreas de cultivo, a pesquisa também vai analisar as áreas de preservação das propriedades rurais. “A gente vai fazer uma medição direta nesses pomares, mas também tem uma medição indireta nas áreas de conservação, porque não não são só os pomares que fazem [o sequestro] nas propriedades, também tem as áreas de preservação das matas ciliares, as reservas legais, as áreas de preservação permanente, enfim”, detalha Lauro.

O pesquisador ainda explica que o projeto vai incentivar e capacitar os produtores com relação a adoção de boas práticas de produção que podem elevar ainda mais o potencial de descarbonização dos pomares. “Também vai ter dentro do projeto, vamos colocar alguns vídeos de como boas práticas na citricultura podem aumentar esse sequestro. Então a gente pode estocar mais. É lógico, existe um estoque, mas a gente pode realmente melhorar com essas práticas agrícolas”.

Confira o programa Planeta Campo com a participação de Lauro Nogueira Júnior.

 

Por: Planeta Campo

Foto: Planeta Campo