Varejo ainda enfrenta desafios significativos em relação à representação feminina em cargos de liderança
A 23ª edição do Club Survey Varejo, recentemente divulgada pela Korn Ferry, revela que as mulheres ocupam menos de 30% das posições de diretoria, 36% das funções de gerente sênior e 44% dos cargos de gerência.
O estudo destaca que, mesmo com a maior presença feminina em cargos operacionais, o topo da pirâmide hierárquica ainda é predominantemente masculino. Esse cenário é moldado por barreiras históricas, preconceito de gênero e uma cultura empresarial que, muitas vezes, favorece características associadas aos líderes do sexo masculino.
A remuneração também reflete desigualdades de gênero, com homens recebendo 25,3% a mais do que elas, conforme dados de 2023. O favorecimento histórico deles no mercado de trabalho é agora alvo da Lei 14.611/23, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último mês. A legislação garante a igualdade salarial entre profissionais, com estabelecimento de mecanismos de transparência salarial, incremento da fiscalização, criação de canais específicos para denúncias de casos de discriminação salarial, promoção de programas de inclusão no ambiente de trabalho, fomento à capacitação e à formação de mulheres para o ingresso, a permanência e a ascensão no mercado de trabalho, em igualdade de condições com os homens.
“Esperamos que se cumpra a lei, porque até então mulheres e homens já deveriam ter salários iguais, mas nem todas as empresas praticavam isso. Agora, com uma iminente penalização financeira, as empresas terão que se reorganizar”, explica Milana Khodorkovskaya, pesquisadora da Korn Ferry.
Contudo, para promover uma mudança efetiva, é crucial abordar questões culturais e sociais que prejudicam o avanço profissional das mulheres. A persistência de papéis de gênero tradicionais, a dificuldade em conciliar trabalho e família, a falta de confiança e a síndrome da impostora são obstáculos a serem superados.
Com a participação expressiva da geração Z no setor, há uma esperança crescente de maior conscientização e ações efetivas para promover a igualdade de gênero. Essa geração reconhece a importância de fortalecer as lideranças femininas e valoriza a autenticidade como um fator fundamental para o sucesso no Varejo.
Juntas, iniciativas como a Lei 14.611/23 e o engajamento das novas gerações sinalizam um caminho positivo em direção à equidade de gênero no Varejo, transformando desafios em oportunidades de crescimento e igualdade.
Por: Movimento Mulher 360
Foto: Pexels