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Debate sobre Pacto Global mostra dilemas da RSE nos cinco continentes

Envolvimento sincero das empresas com desenvolvimento sustentável ainda é coisa rara

Foto: Claudia Perroni
Cramer: dificuldades para implantar o Pacto
Cramer: dificuldades para implantar o Pacto
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“As empresas precisam ser mais do que uma pintura verde.” Foi dessa forma que Linda Funnell-Milner, diretora do Corporate ResponseAbility, concluiu a plenária sobre “Avanços da responsabilidade social empresarial nos cinco continentes”. O evento também contou com a presença de Manuel Escudero (chefe de Redes do Pacto Global da ONU), Aron Cramer (presidente e CEO do Business for Social Responsibility – BSR), George Mathew (fundador e diretor do Institute of Social Sciences de Nova Délhi), Daisy Kambalane (representante do African Institute – AICC) e Oded Grajew (presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos).

Na primeira parte da palestra, Linda e Cramer apresentaram as dificuldades que as empresas australianas, americanas e européias encontraram para implantar o Pacto Global e os dez princípios que as empresas assumem quando decidem aderir a ele. A iniciativa, que foi idealizada pelo ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, tem como objetivo mobilizar as comunidades empresariais em prol da promoção de valores fundamentais para o desenvolvimento do ser humano.

Linda Funnell-Milner contou que na Austrália há muitas empresas que assinam o Pacto Global, mas não o cumprem. “Gostaríamos de ter os movimentos da sociedade civil que o Brasil tem. Lá não temos ações da sociedade civil voltadas para o meio ambiente em grande quantidade, como existem aqui”, disse ela. Aron Cramer concordou com Linda e afirmou que empresas e governos precisam de iniciativas voluntárias, como o Pacto Global, para dialogarem entre si.

Na segunda parte da plenária, George Mathew e Daisy Kambalane apresentaram os dilemas enfrentados pela Índia e pela África do Sul durante a implementação dos princípios do Pacto Global.
 
Segundo Mathew, um dos problemas constatados durante a inserção da iniciativa na Índia foi o fato de as empresas estarem mais preocupadas em fazer marketing social do que ações de responsabilidade social. “Infelizmente, das 140 filiais de multinacionais instaladas no país, ainda são poucas as que estão preocupadas em colaborar para o desenvolvimento sustentável. Na realidade, essas empresas montam seus projetos conforme o próprio interesse comercial.”

Daisy, que sofre com problema semelhante na África, explica que um dos motivos que colaboram para isso é a inexistência de medidas que cobrem das organizações uma atitude baseada na sustentabilidade, e não somente no lucro. Ela explica que a situação só melhorou quando foi firmado um acordo de conduta entre o governo e as empresas. “Depois da criação do acordo, que exige transparência, as companhias passaram a ter uma postura diferente. Como a adesão ao Pacto Global foi feita publicamente, fica mais fácil para a população saber se a empresa está cumprindo o combinado.”

Embora a situação tenha melhorado na África, por conta do Pacto Global, “o continente ainda tem de superar uma série de desafios para deixar, por exemplo, de ser a região do mundo em que mais cresce o número de pessoas infectadas pelo vírus HIV”, enfatiza Daisy. Para ela, uma das formas de solucionar esta e outras questões, como pobreza e violência, é inserir as empresas nesse contexto. “Com o Pacto Global, estimulou-se uma forma de o setor empresarial influenciar uma mudança até mesmo em áreas de conflito. Quando as empresas passam a presenciar os conflitos do povo africano, geralmente têm outra noção da realidade da população carente e, conseqüentemente, começam a agir para não se tornarem reféns dos conflitos.” (Publicado em 15/06/2007)


Fonte: Instituto Ethos

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