Assunto será abordado na Roda de Diálogos das associadas Ethos desta quarta-feira (28)

A economia é um conjunto de regras invisíveis que organiza a forma como vivemos.  A etimologia da palavra economia é formada a partir da combinação de “eco” = casa e “nomia” = gerir, cuidar, gerenciar. Mas, ao longo do tempo, seu significado foi se resumindo a meras trocas de recursos (monetário, na maioria das vezes) para manutenção da nossa vida como seres humanos.

Porém, chegou o momento de revermos sua definição original sob um novo olhar, mais atual, colaborativo e humanizado. No atual cenário de pandemia, serviços essenciais de cuidado se tornaram visíveis aos olhos de muitas pessoas. Estamos todos, neste momento, precisando nos dedicar a cuidar da saúde coletiva, para salvar milhares de vidas.

Para algumas pessoas, houve a experiência inédita de lidar com os cuidados das crianças e idosos, e atividades domésticas de forma intensa, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Foi possível perceber então que o trabalho de cuidado envolve muitas horas e tempo dedicado ao cuidado com a casa e com pessoas: fazer comida, faxinar a casa, comprar os alimentos que serão consumidos, cuidar das roupas (lavar, estender e guardar), prevenir doenças com boa alimentação, remediar quando alguém fica ou está doente, fazer café da manhã, almoço, lanches e jantar para os filhos, educar e assim se segue uma longa lista de afazeres.

 

A economia do cuidado é essencial para a humanidade.

 Todos nós precisamos de cuidados para existir. E, se hoje você é uma pessoa adulta, é porque uma pessoa ou um grupo de pessoas dedicaram décadas ao seu cuidado com alimentação, vacina, remédios, limpeza e higiene, educação, entre diversas outras funções. A sociedade civil e empresas que contratam pessoas, acabam por beneficiar os estados com esse trabalho que é realizado muitas vezes de forma gratuita ou é mal remunerado (quando terceirizado).

Então podemos concluir, que a nossa sociedade e inclusive a Economia Tradicional (comércio, indústria, agronegócio e etc) não existiriam se não fossem subsidiados pela Economia do Cuidado. É com essa conclusão, que a atividade de CUIDADO, mesmo sendo essencial a vida, é invizibilizada, desvalorizada e majoritariamente exercida por mulheres. Ao todo, mulheres gastam em média mais de 61 horas por semana em trabalhos não remunerados no Brasil, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE.

A Plataforma 4daddy, uma plataforma de produção de conteúdo e conhecimentos sobre parentalidades e masculinidades, integrante da Rede Nossa SP e Rede Nacional Primeira Infância, e signatário da ONU Mulheres, liderada pelo seu fundador, Leandro Ziotto, juntamente com as pesquisadoras Tayná Leite, mestranda em sociologia na Universidade Federal do Paraná, escritora sobre maternidade, colunista da Revista AzMina e consultora da ONU Mulheres e Camila Pires, especialista em sócio psicologia, mestranda em antropologia pela Université de Paris, que há quatro anos acompanha o movimento de paternidade participativa no Brasil, realizaram uma pesquisa que resultou no Report Pais em Casa. O Report Pais em Casa está disponível gratuitamente no site: www.paisemcasa.4daddy.com.br

Segundo o relatório, entre avanços e resistências, há uma geração de homens, ainda um grupo minoritário, que vem se apoderando do papel de cuidados com a casa e com as crianças. Homens que buscam uma nova relação entre vida pessoal e profissional, visando um equilíbrio entre os dois pilares.

 

Roda de Diálogos Ethos

A Roda de Diálogo do Instituto Ethos desta quarta-feira, 28 de outubro, a parti das 10h, irá abordar a economia do cuidado e o que as empresas podem fazer para promover a equidade de gênero a partir dessa perspectiva. O evento é exclusivo para empresas associadas ao Ethos, que podem se inscrever em: https://bit.ly/36ndQ9r

 

Crédito do Texto: Leandro Ziotto, fundador da 4daddy