Além de homenagear os vencedores, a cerimônia de premiação ocorrida nesta terça-feira (11/12) reforça a importância do “DNA verde” nas empresas.

A Câmara Americana de Comércio (Amcham) realizou nesta terça-feira (11/12), em sua sede em São Paulo (SP), a cerimônia de entrega do Prêmio Eco 2012. Além de homenagear os vencedores, o evento teve como objetivo mostrar a importância da consciência sustentável no trabalho das empresas.

Durante décadas, o desenvolvimento econômico foi tido como incompatível com a preservação ambiental, mas cada vez mais fica claro que é possível crescer de forma sustentável, como mostram os cases vencedores do prêmio.

“Por muito tempo, houve um antagonismo, uma percepção de que as agendas de desenvolvimento econômico e sustentabilidade eram diferentes. Isso é página virada. No Brasil, a agenda ambiental vem ascendendo de forma irreversível e inevitável. Grande parte do setor empresarial já percebeu a relevância do ‘DNA verde’”, afirmou Francisco Gaetani, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente. Ele, que representou a ministra Izabella Teixeira no evento, considera que o Brasil está no caminho para encontrar o equilíbrio do desenvolvimento econômico com inclusão social e preservação do meio ambiente.

Características das vencedoras

Ricardo Abramovay, professor da Universidade de São Paulo (USP), ressaltou que as empresas vencedoras do Prêmio Eco 2012 têm como característica comum mostrar que é possível operar com menos recursos e que é fundamental ter lideranças conscientes do tema da sustentabilidade e apoiar o diálogo com stakeholders – ou seja, as partes interessadas no negócio. “Tais cases só existem porque houve deliberadamente vontade de promover mudanças. É importante fazer dos negócios um meio de gerar transformações”, afirmou.

Abramovay também propôs algumas reflexões às empresas, passando por temas como contribuir para a redução da desigualdade social por meio de um modelo de negócios que traga benefícios sociais.

Enfrentamento dos desafios internos e externos

Eduardo Wanick, presidente e CEO da DuPont América Latina e presidente do Conselho de Administração da Amcham, destacou na cerimônia que o mundo passa por um período “absolutamente sem precedentes na história, em termos da pressão sobre os recursos do planeta”. O desafio para a sociedade e para as empresas é fazer com que o crescimento econômico, que é muito necessário, seja sustentável, num planeta com recursos limitados, defendeu.

A avaliação do executivo é de que as empresas têm duas formas de enfrentar esse desafio: “Internamente, por meio da redução da chamada pegada ambiental da própria companhia, e externamente, usando a sustentabilidade como oportunidade de negócios e ajudando os clientes a ser mais sustentáveis também.”

Disseminação de práticas

Por sua vez, Jacques Marcovitch, também professor da USP, recomendou como fundamental para o desenvolvimento sustentável um maior compartilhamento de ideias e projetos bem-sucedidos. “Nossos desafios passam por disseminar generosamente essas práticas”, avalia. “Os que inovam com sucesso precisam contar a outros o que estão fazendo e como estão fazendo.”

Gabriel Rico, CEO da Amcham, a seu turno, ressaltou que a Amcham, por meio do Prêmio Eco e de outras iniciativas na área de sustentabilidade, tem contribuído para a disseminação do tema no Brasil. Entre as ações lembradas por ele, estão levar conceitos de sustentabilidade às unidades regionais da entidade espalhadas pelo país e o processo em curso de adequação do prédio da sede da Amcham em São Paulo para ser reconhecido como um green building.

O Prêmio Eco chegou aos trinta anos em 2012 como o principal reconhecimento de práticas empresariais de sustentabilidade no Brasil. Lançado pela Amcham em 1982, mobilizou desde então nada menos que 2.117 companhias. Elas foram responsáveis pela inscrição de 2.630 projetos, dos quais 240 foram premiados.

Os vencedores

Nesta edição, o Prêmio Eco ampliou a quantidade de projetos condecorados. Em cada categoria, passaram a ser cinco os vencedores: três de grandes empresas e dois de pequenas e médias. As modalidades permaneceram as mesmas de 2011: Estratégia, Liderança, Inovação e Sustentabilidade, que reconhece os melhores modelos de negócios e estratégias que incorporam a sustentabilidade, e Práticas de Sustentabilidade, subdividida nas categorias “Sustentabilidade em Produtos ou Serviços” e “Sustentabilidade em Processos”.

Foram treze as empresas ganhadoras. Na modalidade Estratégia, Liderança, Inovação e Sustentabilidade, as vencedoras foram as grandes Elektro, IBM e Schneider do Brasil e as pequenas ou médias Pontal e Vedic. Na modalidade Práticas de Sustentabilidade, categoria “Processos”, ganharam as grandes BDF Nivea, Diageo e Procempa e as pequenas ou médias Korin e Pontal. Já na categoria “Produtos”, venceram as grandes Embraer, Duratex e Santander e as pequenas ou médias Precon e Vedic.