Caras lideranças empresariais,

Como Instituto Ethos, temos a missão de mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerirem seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de uma sociedade justa , ética e sustentável. Para tanto, entendemos que, neste momento do tempo, devemos concentrar nossas ações em torno de duas prioridades: o Combate às Desigualdades e o Fortalecimento da Democracia e Resiliência das Instituições.  

Vivemos uma conjuntura que combina políticas públicas econômicas e sociais que impactam positivamente o crescimento econômico, fomentam o emprego e têm produzido o menor patamar histórico de miséria e pobreza no país. Porém, nossa economia segue marcada pela concentração de renda, uma das mais perversas do mundo, onde as desigualdades ainda se traduzem em um cenário de vulnerabilidade para um enorme número de pessoas. Este contexto atinge, sobretudo, alguns grupos sociais, perpetuando ciclos de exclusão.

Testemunhamos recentemente, uma tentativa de desestabilização do Estado Democrático de Direito por uma parcela da sociedade. Tal episódio nos demonstrou como urge fortalecermos as instituições democráticas como forma de manutenção dos pilares que sustentam a nossa sociedade.

Enfrentar esses desafios exige uma abordagem transversal, sistêmica e cultural, que promova valores como respeito, diálogo, equidade e educação cidadã, estimulando o pensamento crítico e o engajamento cívico.

Porém, as soluções estruturantes somente serão possíveis com a participação e contribuição da sociedade e das empresas.

O setor empresarial pode e deve fazer sua parte, ao adotar práticas éticas e fomentar valores democráticos. As empresas podem também contribuir para a restauração da confiança e a redução das desigualdades, sendo parceiras em ações para promover o trabalho decente e gerar oportunidades e renda justa; promover a gestão responsável e transparente de suas cadeias de valor; promover a diversidade, equidade e inclusão; promover a justiça climática; prevenir e combater a corrupção; promover a saúde e o bem-estar; além de conservar os ecossistemas e combater o desmatamento em suas atividades e modelos de negócios.

O ano de 2024 foi marcante para o Brasil. Assumimos a presidência do G20, instituímos o 18º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), voltado à Igualdade Racial, e aprovamos marcos importantes como a Política Nacional de Cuidados e Trabalho Decente.

Em 2025, teremos outro grande evento, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), sediada no coração da Amazônia, em Belém, no Pará. Este encontro será um marco não apenas pelos debates sobre mitigação, adaptação e transição justa, mas também pela celebração dos 10 anos do Acordo de Paris e a revisão das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs).

No Instituto Ethos, ao longo de 2024, trabalhamos com nossas associadas e parceiros, como a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Agência Francesa de Desenvolvimento e Transparência Internacional, para tornar transversais discussões em temas como Meio Ambiente, Direitos Humanos e Integridade. Esse esforço nos conduziu ao conceito de Integridade Socioambiental, que reúne intencionalidade, ações e ferramentas para, além de integrar estas agendas, propor diretrizes e caminhos para uma atuação empresarial mais transparente, ética e responsável e em linha com os desafios da sociedade contemporânea.

Para 2025, seguimos comprometidos com uma abordagem transversal e sistêmica. Com este propósito, apresentamos o Projeto Impacta COP30, por uma agenda além do clima, iniciativa colaborativa e multissetorial que busca consolidar uma agenda de ação que não se limite à temática do Clima nem ao momento da COP 30, mas se potencialize a partir deste marco. Nosso objetivo é que a COP 30 deixe um legado transformador, que vá além do evento em si, fortalecendo a luta  contra as desigualdades e pela democracia.

Além disso, colocaremos nossa Conferência Ethos a serviço dessa agenda, transformando-a em um grande evento pré-COP30. Queremos promover os diálogos necessários entre distintos atores, mesmo que pareçam improváveis, e representar as diversas vozes e perspectivas socioeconômicas e territoriais, que resultem na visibilidade de uma agenda positiva e coletiva, de estratégia e influência.

Para nós, a COP deve ser muito mais do que um encontro sobre mudanças climáticas, mas uma oportunidade para integrar justiça social, sociobiodiversidade e transição energética justa em uma agenda global. Convidamos cada pessoa, empresa e organização que queira participar a se unir a este movimento. De maneira coletiva e articulada, poderemos transformar desafios em planos consistentes para uma sociedade mais justa,  ética e sustentável.

Abraços,

Caio Magri

Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social