Gerar trabalho e renda, preservar o meio ambiente e erradicar o problema da miséria. Esses são alguns dos objetivos do projeto Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS), uma parceria da Rede de Tecnologia Social (RTS) com o Sebrae, a Fundação Banco do Brasil e o Ministério da Integração Nacional.
Em um evento paralelo à Conferência Internacional 2007, do Instituto Ethos, a RTS apresentou um projeto alternativo de agricultura sustentável ecologicamente correta e financeiramente viável.
Atualmente, cerca de 1.080 famílias dos quatro cantos do país participam do projeto. A tecnologia social do PAIS inspirou-se na atuação de pequenos produtores que optaram por fazer uma agricultura sem uso de produtos tóxicos. “Integrando técnicas simples e já conhecidas por muitas comunidades rurais, o modelo busca reduzir a dependência de insumos vindos de fora da propriedade, diversificar a produção, utilizar com eficiência e racionalização os recursos hídricos, alcançar sustentabilidade em pequenas propriedades e produzir em harmonia com os recursos naturais”, explica Aly Ndiaye, engenheiro agrônomo da UFRJ e um dos criadores do projeto.
Segundo Ndiaye, a idéia é criar um quintal agroecológico, isto é, construir um canteiro de forma circular e instalar no centro dele um galinheiro. O preparo do solo dos canteiros deverá ser enriquecido com matéria oriunda da compostagem de lixo orgânico, principal fonte de nutrientes para as plantas nesse processo. De acordo com a análise econômica baseada em um modelo de uma unidade de Teresópolis (RJ), o custo de implantação gira em torno de R$ 3.526,70. O ganho mensal é de R$ 517,35, com lucratividade de 43%.
Segundo os técnicos do Sebrae, a principal dificuldade para expandir o projeto é conseguir parceiros que invistam na compra dos equipamentos, ainda que o gasto não seja alto. “O projeto é barato porque utiliza tecnologia de baixo custo e compreende um sistema produtivo montado em forma de anéis concêntricos, cada um destinado a uma determinada cultura, que complementa a que vem a seguir”, explica o engenheiro agrônomo. (Publicado em 13/06/2007)
Fonte: Instituto Ethos