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Falta diálogo entre as empresas, governo e povos indígenas

Governo e empresas precisam criar maneiras de preservar os conhecimentos tradicionais dos índios nos projetos amazônicos

Foto: Claudia Perroni
André Baniwa: conhecimentos ancestrais
André Baniwa: conhecimentos ancestrais
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O governo e as empresas não levam em conta a vontade, a necessidade e o conhecimento dos povos indígenas. Essa é a constatação de André Fernando Baniwa, diretor vice-presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN). A opinião foi exposta durante a mesa-redonda “Compromissos das empresas com o desenvolvimento sustentável da Amazônia”.

O desenvolvimento que os povos indígenas querem é aquele pautado nos conhecimentos de seus antepassados, que prima pela preservação da natureza. “Nossa relação com a natureza é social, fazemos parte dela e por isso não a destruímos”, diz André.

Em sua opinião, o diálogo é a chave para dirimir os conflitos e evitar que as comunidades sofram com o impacto ambiental: “O governo se acerta com a empresa, que chega à comunidade e apresenta como e o que acontecerá, sem considerar as opiniões dos povos locais. Isso tem de mudar. Precisamos ser ouvidos na elaboração dos projetos”. Segundo ele, os povos indígenas é que sofrem os impactos da falta de sustentabilidade, que poderiam ser evitados se os indígenas tivessem participado de todo o processo. 

Um exemplo desse diálogo é o projeto Arte Baniwa, no qual a comunidade produz cestas tradicionais que são vendidas pela empresa Tok Stok. “O diferencial desse projeto é que nós temos autonomia e administramos o que ganhamos, sem intermediação de nenhum não-indígena”. A empresa respeita o conhecimento da comunidade Baniwa, até na forma de contar a produção, que na comunidade é por dúzia. “Houve mudança de visão tanto da parte da Tok Stok quanto da nossa e todos ganharam com isso. A empresa passou a ter uma boa imagem na sociedade e nós conseguimos nos sustentar com nossa produção cultural. Em breve vamos lançar o site do projeto www.artebaniwa.org.br.”   

Quando a primeira empresa de mineração chegou à aldeia Baniwa, em 1984, prometeu empregos, saúde e educação. Isso porém não aconteceu. “Nós ajudamos a carregar as máquinas da indústria, acreditando no que foi dito, mas não recebemos nem o salário pelo trabalho”, exemplifica André.

É importante sintonizar o desenvolvimento sustentável das empresas com o das comunidades indígenas para que o progresso das primeiras não signifique retrocesso para os povos locais. “É preciso mudar o pensamento e, principalmente, a atitude, senão será difícil manter a floresta e sua diversidade. Precisamos da ajuda das empresas para preservá-la”, finaliza o líder indígena.  (Publicado em 13/06/2007)


Fonte: Instituto Ethos

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