A Orquestra do Amanhã, um projeto do Instituto Bacarelli, se apresentou durante a Conferência 2007, do Instituto Ethos, sob a regência do maestro Edílson Ventureli, vice-diretor do instituto. O projeto surgiu literalmente das cinzas. “Depois do incêndio que ocorreu em 1996 na favela de Heliopólis, em São Paulo, o maestro Silvio Baccarelli, fundador do instituto, decidiu concretizar seu sonho de levar música erudita àquela comunidade, promovendo a democratização desse estilo musical”, conta a coordenadora de comunicação da entidade, Carolina de Salvo.
A tarefa não foi fácil, houve resistência por parte da comunidade. “O maestro demorou quatro meses para convencer a diretora da escola em que aconteceram as primeiras aulas, porque ela achava que as pessoas não teriam interesse.” Hoje, porém, o projeto já tem mais de dez anos e conta com 500 jovens. “Eu achei superesquisito, só conhecia música popular, até sabia tocar violão”, conta Edna Santos Ribeiro, de 22 anos. Do violão para o violino, a jovem diz que evoluiu muito em todas as áreas da sua vida, principalmente nos estudos. “E também tive oportunidade de conhecer diversos lugares, dos quais sempre trago algum aprendizado”, acrescenta. Edna está no projeto desde o início.
Outro exemplo de mudança que a música erudita trouxe é o da estudante Carla Raiza, de 18 anos. “Minha vida mudou muito desde que comecei com as aulas de violino. A música passou a ser essencial para mim e eu desenvolvi minhas técnicas instrumentais”, conta Carla. Ela, que há três anos se dedica exclusivamente à música, explica que a oportunidade de participar da orquestra é única por conta da metodologia da entidade. “No projeto, nós aprendemos na prática e temos a parte teórica. Mas o diferencial é que nos deixam criar”, explica Carla. (Publicado em 14/06/2007)