Mais de 500 pessoas do lado de dentro e muitas outras do lado de fora, na lista de espera. A procura pela oficina “As empresas e a educação para o consumo consciente”, realizada durante a Conferência 2007, do Instituto Ethos, foi sucesso absoluto de público e surpreendeu até os organizadores. “O tema desperta interesse nas pessoas porque a sustentabilidade é movida pelo consumo. Precisamos hoje de uma mudança de paradigmas nessa área”, comenta Aron Belinky, coordenador de Pesquisas do Instituto Akatu.
A oficina buscou aprofundar a perspectiva das empresas como agentes da mudança de comportamento das pessoas na direção da sustentabilidade. De acordo com Helio Mattar, diretor-presidente do Akatu, essa oficina de gestão serve para sintonizar a empresa com a percepção do público sobre a questão da sustentabilidade, além de desenvolver o protagonismo e o senso de cidadania dos envolvidos. “O objetivo é considerar os impactos de cada ação sobre os indivíduos, o meio ambiente, a economia e as relações sociais, e trazer maior consistência entre o discurso e as ações tanto das pessoas como das próprias empresas.”
Para Mattar, trabalhar a consciência é fundamental: “Não adianta fazer uma campanha na empresa obrigando os funcionários a apagar as luzes, fechar as torneiras, economizar papel e reduzir as impressões. Na realidade, a empresa quer com isso diminuir os custos e aumentar os lucros. Se a empresa fizer um trabalho de conscientização, no entanto, o indivíduo estará multiplicando a informação no trabalho, em casa ou em qualquer parte onde estiver. Terá uma visão compartilhada e identificada com valores e objetivos”.
Com o objetivo de iniciar a implantação de políticas de responsabilidade social empresarial, Marcia Carreiro, gerente do Unicred Central Norte e Nordeste (programa de microcrédito para famílias carentes em João Pessoa, na Paraíba), optou pela atividade do Akatu para conferir novas idéias. “Há um mês comecei a elaborar o projeto de implantação de RSE na empresa. O primeiro passo será o consumo consciente”, conta ela.
Outro participante que buscava novas idéias de consumo inteligente era Frederico Alves, gerente de produtos da Caixa Econômica Federal. Ele é responsável por um projeto de financiamento para a redução dos impactos de resíduos de suínos. “Para se ter uma idéia da importância desse projeto, vou dar um exemplo básico: os dejetos de 2.000 suínos equivalem aos de uma cidade de 25 mil habitantes. Escolhi esta oficina para conhecer alternativas que me ajudem a implantar o projeto.” (Publicado em 15/06/2007)