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Cultura e desenvolvimento caminham juntos

Projetos culturais trazem nova visão de mundo e mantêm tradições sustentáveis

Foto: Claudia Perroni
Pimenta Baniwa: tradição no mercado
Pimenta Baniwa: tradição no mercado
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A cultura é o elemento-chave para a transformação social e o desenvolvimento sustentável. Essa premissa pautou o painel temático “Como as atividades culturais contribuem para o desenvolvimento sustentável”, na Conferência 2007 do Instituto Ethos, do qual participaram Danilo Santos de Miranda, diretor do Departamento Regional do Serviço Social do Comércio no Estado de São Paulo (Sesc-SP), Domingos Barreto Tukano, diretor-presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), Rubens Gomes, diretor-geral e fundador da Oficina Escola de Lutheria da Amazônia (Oela) e Kaká Wera Jekupé, diretor do Instituto Arapoti.

Para os participantes do painel, a cultura é um elemento básico em qualquer processo de mudança, em todas as comunidades. “Por ser transversal, a cultura permite um desenvolvimento humano completo. Trabalha desde a ética até a cidadania. Os espetáculos culturais usam o simbólico, a representação. Com isso, propõem uma nova visão de mundo tanto para quem faz quanto para quem assiste”, explica Danilo de Miranda, do Sesc-SP.

Há inúmeros exemplos de projetos culturais que levaram a uma mudança efetiva no local onde foram implantados. “A cultura é coletiva. É o único elemento capaz de mudar o todo, pois ninguém faz cultura sozinho. Então, a ação não é só dar aulas de um determinado instrumento. Nesse processo de ensino, você descortina um novo mundo para o jovem, que começa a praticar a ‘mudança’ ao seu redor”, afirma Rubens Gomes, da Oela. Para o músico, o social e o cultural se completam; não há como existir um sem o outro. 

A Oela oferece curso básico de lutheria (fabricação de instrumentos de cordas) para jovens da comunidade da zona leste de Manaus. “Os participantes têm aulas de música, de informática e de lutheria e acompanhamento psicológico. Construímos também uma empresa para vender a produção dos ex-alunos, que trabalham com carteira assinada, obtêm renda, enfim, ganham cidadania”, completa o músico. Gomes conta que a comunidade toda foi modificada depois do projeto. “Até as casas passaram a ter um valor mais alto, porque a mídia divulga a Oela e então o bairro ficou conhecido.”

O músico usa o exemplo da coca-cola em Parintins, no Amazonas, para mostrar o poder da cultura. “A cidade é o único lugar no mundo onde o refrigerante é comercializado também em embalagem azul, por causa da cor do boi Caprichoso, rival do vermelho Garantido.”

A cultura também pode estar aliada ao desenvolvimento sustentável, principalmente quando isso significa a manutenção de modos de vida que não degradem o ambiente ao redor. Na opinião de Domingos Barreto Tukano, da Foirn, trabalhar a cultura é preservar suas tradições. “Nós somos filhos da natureza; ela é nossa cultura. A natureza está morrendo e, em conseqüência disso, nossas culturas também. Então, nosso trabalho se concentra em ensinar as novas gerações e divulgar para toda a sociedade o que fazemos”, conta Barreto.

O projeto cultural que leva desenvolvimento sustentável à aldeia de Barreto é o Banco Tukano, que produz os tradicionais banquinhos usados em cerimônias daquele povo. Fabricado pelos indígenas dessa etnia, o móvel é comercializado pela Tok Stok. “Nossa produção é de acordo com o ritmo da natureza. Não adianta o empresário chegar e pedir 5.000 dúzias (forma de contagem indígena) que não vamos produzir, porque isso implica a derrubada de árvores”, diz Barreto. “Todo o dinheiro que recebemos com a venda é repassado diretamente para os artesãos. Nós, da Foirn, fazemos a ponte com a empresa. Além de preservarmos nossa arte, geramos renda para a comunidade”.  Outro exemplo de projeto são as pimentas Baniwa, produzidas pelas mulheres dessa etnia e vendidas em eventos por todo o Brasil.

Segundo Kaká Werá Jekupé, do Instituto Arapoti, os indígenas não vendem suas produções para acúmulo de riquezas, mas para sustentar a aldeia e, principalmente, perpetuar sua cultura. “Transmitir valores, esse é o nosso negócio.” (Publicado em 15/06/2007)


Fonte: Instituto Ethos

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