Sou parte dessa história: entrei no Ethos em 2003, como estagiária da área de Gestão do Conhecimento. À época, tínhamos um núcleo de Ferramentas de Gestão, que foi onde iniciei meu trabalho, com balanços sociais – os precursores dos relatórios de sustentabilidade – e o banco de melhores práticas.
Em 20 anos de existência, os Indicadores Ethos já foram ajustados a vários momentos de difusão desse tema para empresas – com a adaptação para micro e pequenas empresas, os guias setoriais, com estímulo ao uso por empresas nas cadeias de valor, com a adaptação para América Latina, com a 3ª geração, com os guias temáticos, e mais recentemente com reformulação ESG, prevista para 2021. Já alcançamos, no Brasil, mais de 8.200 avaliações (quando a empresa conclui sua autoavaliação e gera o próprio relatório de diagnóstico por meio da plataforma online).
Nessa trilha de desenvolvimento, constatamos frequentemente o quanto essa ferramenta é potente na orientação das empresas para a ação. Sempre que vou falar sobre os Indicadores Ethos ou quando dialogo com empresas sobre o seu diagnóstico, ainda fico impressionada pelo efeito que essa ferramenta produz nas pessoas ao trazer para prática, de forma muito tangível e acessível, temas complexos. E por traduzir em ações as expectativas dos stakeholders e o que as empresas precisam fazer para dar maior coerência entre os compromissos, àquilo que elas desenvolvem e geram como resultado, e o que elas comunicam.
Os Indicadores Ethos e seus guias são, nesse sentido, um roadmap para a gestão, que facilitam para as empresas a compreensão do que devem fazer para garantir uma gestão consistente alinhada e compatível com o desenvolvimento sustentável. Mais do que isso, possibilitam e estimulam que as pessoas se engajem em um processo de melhoria contínua e contribuem para que a empresa desenvolva sua cultura de sustentabilidade.
Por isso, disponibilizamos a qualquer empresa o uso da ferramenta para gerar seu relatório de diagnóstico. As empresas associadas ao Ethos têm acesso a análises mais aprofundadas, comparativas. A ideia de que todos possam se avaliar é a de dar a oportunidade para qualquer empresa evoluir nessa agenda. Inclusive para estudantes e especialistas no tema da sustentabilidade, os Indicadores Ethos são uma referência prática sobre o que pode ser esperado da atuação das empresas, de como elas podem avançar, progredir, aperfeiçoar suas estratégias e gestão.
Sou autodidata, sempre busco compreender a evolução dessa agenda no Brasil e no mundo. E, resgatando todo os passos que foram dados até aqui, vejo que estamos em um momento particular em que as empresas voltam a dar centralidade à agenda da conduta empresarial responsável, do desenvolvimento sustentável. E isso é muito positivo.
Entendo que as empresas são importantes agentes de transformação social, o Ethos sempre se dispôs a promover um espaço de diálogo, de convergência, de consenso, de parceria. Nem sempre é o caminho mais rápido ou o mais fácil, mas certamente é o mais efetivo, quando falamos de transformação para valer.
Com os Indicadores Ethos, sei que essa transformação está ao alcance das empresas. É possível fazer escolhas mais responsáveis, mais sustentáveis. Para isso, é preciso consciência, vontade política, visão sobre o futuro e o país que queremos. Que as pessoas e as empresas assumam seu papel nessas mudanças.
Por: Ana Lucia de Melo Custódio, diretora-adjunta do Instituto Ethos
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