Mesa da Conferência Ethos discute saúde dos mares

Os oceanos e mares têm sido, cada vez mais, uma preocupação no mundo ambiental e por diversas razões, entre elas por serem um elemento importante para o equilíbrio do planeta e pelas cadeias de subsistência que proveem deles. Com este foco é que se realizou a mesa “Melhoria da saúde e da biodiversidade do oceano: ações para minimizar a poluição e promover a sustentabilidade dos ativos do ecossistema brasileiro”, na Conferência Ethos 20 Anos São Paulo.

Uma questão central do debate foi o lixo nos oceanos, em especial o plástico, por conta do seu consumo em larga escala e pelo tempo de decomposição. Há diversos movimentos internacionais que propõem medidas para lidar com o lixo no mar e o Brasil assinou, na Conferência dos Oceanos, seu compromisso em combater o lixo no mar, em especial alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS.

A relação econômica dos mares para o Brasil também foi tema. “Temos oito mil km de costa e espécies que são únicas. Grande parte da população brasileira vive na região costeira e a atividade pesqueira envolve um milhão de pessoas”, apresentou Luis Lima, diretor executivo da Rare no Brasil. Com isso, a subsistência de muitos brasileiros pode estar ameaçada. “É preciso focar na pesca sustentável. H­oje se pesca mais do que a capacidade de sobreposição, ou seja, se pesca mais do que se repõe. Além disso, é preciso munir a população de informações sobre este pescado, criando rastreabilidade”, indicou Maurício Bianco, líder da Conservação Internacional no Brasil.

Ainda sobre a questão da biodiversidade, a preservação das tartarugas marinhas também é prejudicada pela saúde dos mares. “A pesca predatória é um dos maiores desafios na preservação das tartarugas marinhas atualmente. Por isso, é preciso um esforço global porque as tartarugas são animais altamente migratórios”, comentou Bruno Giffoni, coordenador do programa de Pesca do Projeto Tamar.

Assim, os avanços necessários são diversos e envolvem muitas frentes, mas é preciso ter sempre em mente aspectos de sustentabilidade para tirar “dos mares, o melhor”, conforme apresentado por Alexander Turra, professor do Instituto de Oceanografia da USP.

Por: Bianca Cesário, do Instituto Ethos

Foto: Clovis Fabiano