Na obra, Ricardo Voltolini relata as estratégias de envolvimento e educação para a sustentabilidade adotadas por presidentes de grandes empresas.
Será lançado nesta quarta-feira (13/11), em São Paulo, o livro Escolas de Líderes Sustentáveis – Como as Empresas Estão Envolvendo e Educando Líderes para a Sustentabilidade (Editora Campus Elsevier), que relata as estratégias inteligentes de envolvimento e educação para a sustentabilidade adotadas por dez presidentes de grandes empresas.
Produzido pelo jornalista e consultor em sustentabilidade empresarial Ricardo Voltolini, o livro divide-se em duas partes. A primeira – A Educação Empresarial de Líderes Sustentáveis: Contexto, Dilemas e Desafios – reúne um conjunto de reflexões cujo objetivo é apresentar ao leitor como as escolas de negócio estão desenvolvendo hoje as competências de um líder capaz de gerar valor sustentável para empresas e promover a transição para uma economia verde. Também trata de como deveriam fazê-lo, considerando conceitos como a transdisciplinaridade, o pensamento sistêmico, o aprender a ser e a educação experiencial.
Com o apoio de pensadores provocativos, como Edgar Morin, Peter Senge e Otto Scharmer, entre outros, e ainda recomendações contidas em documentos internacionais importantes como a Agenda 50+20, defende a ideia de que essas escolas – e também os programas de treinamento corporativo – devem se submeter a um processo de reconcepção, revisão profunda de valores, propósitos, práticas e projeto pedagógico.
A segunda parte – Como as Empresas Estão Educando os Seus Líderes para a Sustentabilidade – registra as “conversas” com dez presidentes entrevistados na segunda etapa da Plataforma Liderança Sustentável. A seleção desses presidentes, vale dizer, observou um processo rigoroso de consulta a 70 especialistas em sustentabilidade empresarial e, posteriormente, uma investigação minuciosa com base em documentos e entrevistas.
Após análise do conjunto de entrevistas feitas com os presidentes de AES Brasil, Basf, Braskem, HP, IBM, Masisa, Natura, PepsiCo, Sebrae e Whirlpool, foi possível observar cinco estratégias de ação. Para uma melhor compreensão, elas podem ser correlacionadas com os cinco tipos fundamentais de educação propostos no relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, denominado “Educação: um Tesouro a Descobrir” (1999): aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver, aprender a ser e aprender a aprender. As cinco estratégias são:
- Oferta de programas de educação corporativa que visam ampliar o repertório de líderes e colaboradores. Insere-se na dimensão do “aprender a conhecer”, que significa fornecer instrumentos para que os indivíduos dominem o conceito de sustentabilidade, saibam como ele se aplica à realidade da empresa e à vida de cada um e formem o seu pensamento crítico; e também na dimensão do “aprender a aprender,” na medida em que incentivam os aprendizes a descobrir, de modo autônomo, novos caminhos de conhecimento.
- Iniciativas estruturadas de desenvolvimento de valores e autodesenvolvimento. Enquadra-se nas esferas do “aprender a ser” e do “aprender a conviver”, que se baseiam no campo das atitudes e valores. No primeiro caso, destinam-se a formar indivíduos autônomos, mentalmente saudáveis, intelectualmente ativos, capazes de estabelecer relações interpessoais e de evoluir permanentemente. No segundo caso, objetivam preparar pessoas mais tolerantes, receptivas e empáticas, capazes de respeitar o outro, de contribuir para o desenvolvimento da comunidade próxima ou global.
- On the job – isto é, a prática de desenvolver-se no trabalho, construindo respostas práticas para perguntas geradas no embate da difícil conciliação entre o pilar econômico, o social e o ambiental. Inscreve-se, portanto, na dimensão do “aprender a fazer”.
- Condicionamento da recompensa (via remuneração variável), cumprimento equilibrado das metas financeiras, sociais e ambientais. Esta costuma ser uma forma eficiente de envolver colaboradores numa empresa porque se baseia no fato de que as pessoas adotam comportamentos proativos quando recebem uma compensação financeira. Insere-se também na dimensão do “aprender a fazer”.
- Criação de instâncias internas (comitês e plataformas). Tais instâncias servem para pautar cotidianamente a sustentabilidade e manter as pessoas conectadas com os seus desafios, pois colocam líderes e colaboradores para discutir o conceito, propondo uma interação baseada no enfrentamento de questões práticas do negócio. Inclui-se nas dimensões do “aprender a conhecer” e do “aprender a fazer”.
Título: Escolas de Líderes Sustentáveis – Como as Empresas Estão Envolvendo e Educando Líderes para a Sustentabilidade;
Editora: Campus-Elsevier;
Total de Páginas: 248;
Preço de Capa: R$ 59,90.