Avaliação foi feita durante seminário sobre transparência na Copa 2014 e Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro, realizado no ultimo dia 26.
Os governos da cidade e do Estado do Rio Janeiro foram mal avaliados nos Indicadores de Transparência, uma pesquisa realizada pelo Instituto Ethos para avaliar a transparência dos investimentos públicos em relação aos investimentos da Copa de 2014. “Tanto a cidade como o Estado do Rio estão abaixo da média nacional. Isso é preocupante, já que aqui será sede tanto da Copa como dos Jogos Olímpicos de 2016”, explica Felipe Saboya, coordenador de Política Públicas do Instituto Ethos.
Declaração foi feita durante o seminário Transparência na Copa 2014 e Olimpíada 2016 no Rio de Janeiro: Como está esse jogo?
A apuração dos Indicadores de Transparência das cidades mostra que o quadro geral também é ruim. Dez das doze cidades-sede da Copa fizeram menos de 19 pontos numa escala que varia de 0 a 100, sendo sua transparência classificada como “Muito Baixa”. A cidade do Rio de Janeiro obteve uma das notas mais baixas: 14,98 pontos. Somente duas prefeituras foram avaliadas com nível “Médio” nos Índices, mesmo assim não passaram dos 50% dos pontos: Belo Horizonte e Porto Alegre fizeram, respectivamente, 48,44 e 48,87 pontos.
A pesquisa feita para os Estados também mostrou números ruins. Dois foram avaliados como nível de transparência muito baixo e quatro como baixo, incluindo o governo fluminense, que fez 30,33 pontos.
“Os indicadores permitem avaliar de maneira objetiva a transparência das atividades dos governos, através de perguntas com respostas simples: sim ou não”, explica Saboya. As questões abordam pontos como: possui nome e contatos dos funcionários públicos responsáveis pelas ações da copa?; disponibiliza a Matriz de Responsabilidade? Divulga todas as licitações das obras para a Copa?
“Estamos trabalhando junto com o poder público para melhorar seus sistemas de transparência. Seis prefeituras e o do Governo do Distrito Federal já nos procuram com esse objetivo.”, explica Saboya.
Outras duas mesas de debates foram realizadas durante o seminário. A primeira, com o tema Direito à Cidade, contou com a presença de Elcione Diniz Macedo, presidente substituto da Autoridade Pública Olímpica (APO) e Paulo Romeiro do Instituto Polis, a mediação está Osiris Barboza de Almeida, da CEASIG, Centro de Estudos e Associações Solidárias da Ilha do Governador.
O último debate, sobre Gestão de Recursos Públicos nos Megaeventos, teve a participação de Luiz Mario Behnken, coordenador do Fórum Popular do Orçamento, e Gil Soares Júnior, do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM) e mediação da Jornalista Amélia Gonzales.
O evento faz parte de um ciclo de debates organizado pelo Projeto Jogos Limpos Dentro e Fora dos Estádios, uma iniciativa do Instituto Ethos, que percorrerá todas as doze cidades-sede da Copa até o final deste ano. Já foram realizados eventos em Belo Horizonte, Cuiabá e Brasília. O próximo seminário será em Porto Alegre, no dia 16 de outubro.