Programa tem como objetivo apoiar empresas no cuidado e na gestão da sua rede de relacionamentos

Quando uma empresa é fundada, ela já nasce inserida dentro de um contexto específico e ela não trabalha sozinha. A sua rede de relações é importante e precisam de cuidado, em especial pelo risco que podem causar à reputação das empresas. Um exemplo clássico do quanto é necessário esse cuidado está no setor têxtil. A Zara, uma marca internacionalmente conhecida, se envolveu em um escândalo relacionado às condições de trabalho de costureiras das suas coletâneas por conta de um fornecedor que não se atentava a estas questões. Contudo, quando algo de errado acontece com o fornecedor, isso é um sintoma de que a empresa também não está dando a devida atenção e pode lhe recair a culpa por corresponsabilidade.

Contudo, desenvolver um programa que olhe para a complexidade da cadeia pode ser um desafio. Com foco neste ponto é que o Instituto Ethos desenvolveu o programa Sustentabilidade na Cadeia de Valor, que tem como grande objetivo apoiar empresas no desenvolvimento da sua cadeia, a partir de temáticas específicas, com o apoio da rede de consultores Uniethos e do IBRACEM. No último dia 10, o Ethos organizou um encontro para discutir os desafios do cuidado com a cadeia de valor e apresentou o programa a organizações interessadas.

Um dos pontos-chave do encontro, foi a indicação do porquê as organizações não se sentem motivadas em fazer a gestão da cadeia e entre eles estão:

Sobre este aspecto, Caio Magri, diretor-presidente do Ethos indicou que “todas estas razões podem dificultar o processo de gestão da cadeia de valor, mas não são impeditivos. É preciso avaliar os impactos que o seu negócio precisa ter junto aos seus stakeholders, além de levar em consideração as motivações do porquê fazê-la”. Entre estas razões, estão a busca pela garantia da conformidade do negócio, gerenciamento de riscos e solução de problemas, além da geração de eficiência e foco na sustentabilidade.

Os desafios da cadeia de fornecedores podem estar em diversos pontos, inclusive em pontos mais básicos, como as relações trabalhistas e pagamentos de impostos. O IBRACEM, parceiro do Ethos neste programa, disponibiliza uma ferramenta que avalia a situação de cada um dos fornecedores frente aos diversos órgãos incluindo Receita Federal e Secretarias da Fazenda. Assim, a empresa consegue ter um overview da situação de cada um dos seus fornecedores a fim de prevenir desvios de conduta nos fornecedores. Após a avaliação dos fornecedores, a ferramenta mapeia os riscos de cada fornecedores em nível de risco e propõe um plano tático para atuação em cada um deles, apoiando em sua gestão.

Sustentabilidade na Cadeia de Valor
O Programa Sustentabilidade na Cadeia de Valor é baseado no diálogo e no relacionamento entre a empresa central e a sua cadeia “apostando no desenvolvimento de ações que estão ao alcance das empresas. A empresa central usa a influência na sua cadeia para promover mudanças, junto com o networking, construção coletiva e troca de experiências”, indicou Ana Lucia de Melo Custodio, diretora-adjunta do Instituto Ethos. O programa funciona nas seguintes etapas:

Ao compartilhar as experiências anteriores do programa, Custodio trouxe o exemplo da Unimed do Brasil, que trabalhou a integridade junto a suas cooperadas e conseguiu um avanço significativo na segunda rodada de aplicação dos Indicadores Ethos para avaliar a evolução. Magri, que compartilhou a experiência do programa junto a pequenos empresários, compartilhou que “houve ganhos em diferentes áreas para os pequenos fornecedores, incluindo ganhos financeiros, com ações simples, como a separação das finanças pessoais  das finanças do negócio”.

Conheça os detalhes do programa aqui.

 

Por Bianca Cesário, do Instituto Ethos