O Guia de Gestão de Integridade Privada tem como objetivo contribuir com a governança corporativa com recomendações alinhadas ao cenário brasileiro

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O primeiro dia da Conferência Ethos 360° São Paulo, realizada de forma presencial na capital paulista, ocorreu nesta terça-feira, dia 21 de novembro, e foi pautada principalmente pelos debates em torno do combate às desigualdades brasileiras, dos 25 anos do Instituto Ethos e das questões relacionadas ao Dia da Consciência Negra, celebrado ontem, 20 de novembro. Entre as atividades, foi lançado o Guia de Gestão de Integridade Privada, documento que visa contribuir para que as empresas avancem na agenda da governança corporativa.

“Ao longo dos 25 anos do Instituto Ethos, pudemos contribuir com avanços na agenda ASG (Ambiental, Social e de Governança) por meio da atuação em quatro grandes áreas: direitos humanos, gestão para o desenvolvimento sustentável, integridade e meio ambiente. Porém, a questão das desigualdades continua sendo um grande desafio no Brasil”, destacou Caio Magri, presidente do Instituto Ethos, na abertura do evento. Andréa Álvares, presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos, também destacou “as diferenças acentuadas no país”. “Ao mesmo tempo em que ocupa um espaço entre os 10 maiores países do mundo, também está entre as 10 nações mais desiguais”, disse. A executiva lembrou, ainda, algumas iniciativas do Instituto desde sua criação, citando como exemplo o recém-lançado “Guia com dez iniciativas pelo combate às desigualdades para as empresas”. A abertura da conferência contou também com a participação de Oded Grajew, presidente emérito e conselheiro do Instituto Ethos, Benilda Brito, CEO da Mucua Consultoria e conselheira do Instituto Ethos, e Hélio Santos, professor e conselheiro do Instituto Ethos.

Integridade

A mesa que lançou o Guia de Gestão de Integridade Privada teve a participação de Danilo Gregório, gerente de Relações Institucionais e Governamentais do IBGC, Guilherme France, Consultor externo do Instituto Ethos, Marina Mantoan, sócia na área de Forensic & Integrity Services da EY, e Marcela Greggo, coordenadora de Projetos de Integridade, Transparência e Combate à Corrupção do Instituto Ethos, que mediou o debate. De acordo com France, que esteve à frente da produção do material, “foi uma longa jornada, de quase 20 meses, até chegar a esse documento. Tentamos entender os principais desafios para implementação de programas de integridade e como oferecer mais conteúdo e referências adaptadas ao cenário brasileiro”, ressaltou.

Já o painel “ASG no Setor de Infraestrutura” abordou os desafios na agenda ASG para os diferentes segmentos do setor de infraestrutura, com foco para a governança corporativa e a relação entre os setores público e privado. Participaram Sergio Leão, diretor de Sustentabilidade do IBRIC, Alexandre Baltar, diretor de Sustentabilidade da OEC – Grupo Novonor, e Marcela Greggo, coordenadora de projetos de Integridade do Instituto Ethos, na condição de mediadora. Baltar enfatizou que “a agenda ASG atualmente é mais do que uma simples proteção à empresa, é também uma forma de gerar valor para a empresa e as comunidades em que ela está inserida”.

O primeiro dia da Conferência Ethos 360 contou ainda com a participação de Renato Machado de Souza, Diretor de Promoção e Avaliação de Integridade Privada da Controladoria-Geral da União (CGU), no painel “Fortalecendo a Cultura de Integridade: a atuação da CGU e o compromisso das Empresas”. O representante da CGU abordou a atuação da instituição na promoção de uma cultura de integridade sólida no ambiente empresarial e governamental e enfatizou a importância dos valores éticos nas corporações. “Se uma empresa tem um programa de compliance forte e uma cultura de integridade, ela é a principal beneficiada. Caso uma fraude seja descoberta, por exemplo as, multas são menores caso essa empresa tenha um histórico positivo e um programa de integridade bem estruturado”, ressaltou. O painel contou com a mediação de Andréa Álvares.

Direitos Humanos

Outro painel de destaque abordou o “Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades: o papel das empresas”. Participaram do debate Oded Grajew, Neca Setúbal, presidente do Conselho de Administração Fundação Tide Setubal, Clemente Ganz Lucio, coordenador do Fórum das Centrais Sindicais, e Valéria Café, diretora-executiva do IBGC. A mediação foi realizada por Ana Lúcia Melo, diretora-adjunta do Instituto Ethos. Durante o debate, os participantes chamaram a atenção para a necessidade de mobilização de toda a sociedade no combate às desigualdades e para a responsabilização das empresas. “Combater desigualdades não é fácil. Por isso precisamos da participação de todos, tanto da iniciativa pública, quanto da iniciativa privada”, afirmou Grajew.

O debate “Vivências, ancestralidade e empresas: um diálogo com Benilda Brito” contou também com a participação da coordenadora de Projetos de Direitos Humanos do Instituto Ethos, Scarlett Rodrigues. A partir de experiências pessoais, Benilda apresentou iniciativas que estão sendo desenvolvidas junto às empresas que buscam a equidade racial e estratégias para apoiar ambientes mais inclusivos e equitativos, com foco especial na diversidade racial. A mesa reforçou o protagonismo das empresas na agenda da equidade e promoção da diversidade, e a convidada destacou “a necessidade de que a diversidade seja entendida como mais naturalidade nos ambientes corporativos”.

Ainda na perspectiva das equipes, a roda de diálogo “Saúde Mental, diversidade e inclusão nas empresas, como promover?”, foi mediada pela jornalista Cristiane Mano e teve a apresentação do psicólogo Carlos Vinicius Gomes Melo, do Instituto de Psicologia Social da USP, que apresentou dados sobre saúde mental em uma perspectiva transversal, considerando marcadores de diversidade. O debate contou com as contribuições de Winnie Nascimento dos Santos, pesquisadora e coordenadora da área de Mercado de Trabalho no Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades – CEERT, Ivone Santana, diretora executiva estatutária da Rede Empresarial de Inclusão Social – REIS, Margareth Goldenberg, gestora executiva do Movimento Mulher 360, e Reinaldo Bulgarelli, secretário executivo do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+. O foco do painel foi debater a importância da diversidade e da inclusão para a formação de equipes mais produtivas, realizadas e que contribuam para o desenvolvimento das empresas e da sociedade.

O evento contou também com o debate “Unindo vozes: um diálogo sobre o racismo estrutural e a responsabilidade das empresas”, com Elisa Lucas Rodrigues, Secretária Executiva Adjunta da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania na cidade de São Paulo, Hélio Santos, professor e conselheiro do Instituto Ethos, e Flávia Lima, secretária-assistente de Redação e editora de Diversidade do jornal Folha de S.Paulo. Os participantes abordaram questões fundamentais relacionadas ao racismo estrutural, discutindo seu impacto na sociedade e a importância de que esse tema seja abordado constantemente não somente em datas comemorativas, como a Semana da Consciência Negra.

Meio Ambiente

No painel “Rio Doce, Doce Mar”, foi apresentada a coleção de produtos “…..E o que dizem as águas?”, fruto da curadoria com o estilista Ronaldo Fraga. Os produtos, que incluem gastronomia, moda e até decoração, foram desenvolvidos em criação coletiva de artesãos e produtores que moram na foz do Rio Doce, território impactado pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015. O projeto é parte do trabalho que a Fundação Renova realiza no local e seu objetivo é oferecer um recomeço às populações atingidas, cujo meio de sobrevivência era principalmente a pesca, antes do acidente.

Fraga afirmou que o projeto marcou sua carreira: “foi um ano de trabalho e nada fácil, mas estamos entregando outra comunidade. A pesca era uma atividade apenas masculina e agora toda a economia do lugar passa também pelas mulheres”, disse. Ana Lage, coordenadora de programas de economia e inovação da Fundação Renova, destacou que 100 artesãos se envolveram no projeto. “Uma das nossas obrigações é gerar renda e ocupação para as comunidades afetadas. Esse projeto tem esse objetivo e muita história para contar”. Também participaram do debate Rodrigo Caliman Florindo e Bianca Ramoneda, escritora, jornalista e atriz, que mediou o painel.

Gestão para o Desenvolvimento Sustentável

O debate “A Contribuição da Educação Socioemocional na Redução da Evasão Escolar e Melhoria dos Índices Educacionais no Brasil”, organizado pela Raízen, contou com a presença da deputada estadual por São Paulo, Marina Helou, que trouxe a perspectiva da gestão pública e iniciativas incluídas na Base Nacional Comum Curricular. Ela comentou, ainda, sobre a proposta do Novo Ensino Médio e a intenção de investir nos itinerários formativos para se aproximar dos alunos. “É preciso escutar para entender os interesses, preferências e fortalezas dos estudantes, de forma a garantir que a escola continue sendo atrativa para eles”, falou. Com a mediação de Rita Teixeira, gestora de Captação de Recursos e Relacionamento do Instituto Ethos, a mesa também teve a presença do coordenador de Novos Negócios e Expansão da Raízen, Rafael Favaretto Krettelys, e Marina Neves, coordenadora pedagógica Instituto Singularidades.

Programação – dia 22/11

Amanhã, quarta-feira (22), será realizado o segundo e último dia da Conferência Ethos 360. Entre os debates, destaque para os seguintes painéis:

Para acessar a programação completa da conferência, clique aqui.

Patrocinadores: Patrocínio Diamante: Gerdau, Novelis e Raízen | Patrocínio Bronze: Alcoa, Caixa Econômica Federal, Copa Energia, Hydro, Marsh McLennan, Shell e Synergia | Transportadora oficial: Gol | Apoio: Coletiva Mídia, EDP, Facility, WestRock, Rede Educare, Ibioma e Rede Globo | Apoio de mídia: Plurale | Parceria Institucional: Alcoa, Hydro, Natura&Co e Shell | Parceria Estratégica: Ibracem e Patri | Apoio Institucional: ABRAINC, Além das Palavras, Mandacaru, Microsoft e Santo Caos.

SERVIÇO

CONFERÊNCIA ETHOS 360° São Paulo

Quando: 21 e 22 de novembro de 2023, das 9h às 18h10.

Onde: Expo Barra Funda – R. Tagipuru, 1001 – Barra Funda, São Paulo – SP. CEP: 05001-000.

Inscrições: Investimento por pessoa: R$ 1.300,00. Inscrições aqui (50% de desconto para professores e estudantes).

É obrigatório apresentar um documento com foto para acesso ao evento.

Por: Analítica, assessoria de imprensa do Instituto Ethos