Instituto se posiciona em favor de respostas para o episódio que vitimou nove jovens
Há tempos, o Ethos vem atuando e se posicionando em defesa do Estado Democrático de Direito, e não podemos nos omitir frente a episódios que coíbem o direito à vida.
A chacina ocorrida em Paraisópolis, na madrugada de sábado para domingo (1 de dezembro), nos alerta de que não podemos banalizar os absurdos. Não é comum que nove jovens sejam assassinados durante um baile funk, aumentando ainda mais os tristes números da “guerra civil” que os moradores das periferias, em sua maioria jovens negros, estão submetidos.
Nos sentimos consternados com o sofrimento dos familiares e por saber que temos um papel a cumprir para que novas chacinas sigam nas páginas dos noticiários e na história de barbárie que o Brasil está se tornando.
Mobilizar e sensibilizar a todos quanto as necessárias ações contra as desigualdades e em busca de uma sociedade mais justa e plural, bem como a articulação para implementação de políticas públicas é intervir para que o foco de nossa atuação não seja o de remediar situações extremas como essa. Para que nosso investimento não seja em equipamentos de repressão. Para que mais vidas não se percam em vão.
Até quando ficaremos atônitos diante das chacinas? Candelária, Paraisópolis e tantas outras que muitas vezes não ganham atenção da mídia. É hora de agir, como dissemos em outro posicionamento, não como uma expressão comum, mas sim como um princípio orientador. É hora de agir, de manifestar repúdio e buscar alternativas.
Junto às empresas estamos cada vez mais atuantes para que o ambiente corporativo se dispa de preconceitos e seja acolhedor para todxs. Includente e diverso. Acreditamos que isso contribua para romper a intolerância e o racismo estrutural da sociedade brasileira
Também nos mantemos dialogando por políticas públicas e para que o cumprimento da lei se faça presente em nosso país, de forma transparente durante as investigações e que medidas sejam adotadas quanto a violência policial, cujo número de pessoas mortas por policiais militares aumentou 4,28% no estado de São Paulo no primeiro semestre do ano.
Vamos reagir com veemência a essa chacina!
O governador João Dória deve explicações e enérgicas medidas para controlar a sanha violenta e racista de setores das polícias do estado de São Paulo.
Vamos cobrar mudanças na gestão da segurança pública, respostas e punições exemplares aos culpados. Vamos atuar para enfrentar a barbárie e o genocídio de meninos e meninas negras, assassinados seletiva e diariamente.
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