A Câmara dos Deputados livrou o presidente de uma investigação por corrupção passiva esta semana

Na última quarta-feira (02) foi realizada sessão da câmara dos deputados que decidiu pela não investigação do presidente Michel Temer acusado de corrupção passiva pela Procuradoria Geral da República.

Para alcançar tal feito, um levantamento do jornal Valor Econômico indica que pelo menos 13,2 bilhões de reais tenham sido utilizados em emendas.

Confira o posicionamento do Ethos:

São Paulo, 4 de agosto de 2017

A Câmara do Deputados perdeu essa semana uma grande chance de restabelecer os vínculos com quem a elegeu: o povo brasileiro. Nossa sociedade já deixou claro que não abre mão do combate à corrupção em nome de uma possível estabilidade econômica. Mesmo assim, deputadxs decidiram manter-se alheios aos anseios populares.

Ética e integridade são princípios fundamentais de toda sociedade justa e sustentável. A população brasileira percebeu isso e nos últimos anos observamos sua crescente participação na tentativa de transformar o país nessa direção. Hoje estamos diante de um dilema crítico, entre o amadurecimento da nossa democracia e o retrocesso político e social.

Temos um Presidente denunciado por corrupção passiva pela Procuradoria-Geral da República. Esse cenário é incompatível com os princípios norteadores de uma sociedade justa e sustentável. A sociedade brasileira precisa acreditar no futuro. A descrença com a política atinge índices inéditos. Vários ex-ministros estão presos. Cerca de um quarto dos representantes do Congresso Nacional estão envolvidos em casos de corrupção, sem legitimidade para eleger um novo chefe do executivo. O atual modelo político há tempos sinaliza seu esgotamento e sua incapacidade de representar de fato a população brasileira.

O que mais é necessário para entendermos que o futuro é agora? Precisamos zerar o jogo, refundar nosso sistema político e fortalecer nosso sistema de integridade.

O Brasil tem total condição de superar esse momento. A sociedade se organiza e participa cada vez mais; é crescente o número de empresas engajadas na agenda da integridade; e temos instituições de Estado capazes de prevenir e combater a corrupção. Mas é preciso ir além: todos devem assumir sua responsabilidade, ter compromissos públicos com a ética e a integridade e colocá-los em prática para a preservação da nossa democracia e o futuro do país.