Reconhecida por três vezes consecutivas, a empresa compartilha valiosas dicas sobre o que é necessário para alcançar este feito
Cristiane Oliveira, gerente de Compliance da GranBio, reconhecida por três vezes com a certificação Pró-Ética, compartilha as experiências, os ganhos, adequações e ferramentas para o alcance deste objetivo. Reputação, cadeia de valor, reconhecimento e transparência são alguns dos pontos abordados nessa entrevista.
Ethos: Como foi a experiência de ser reconhecida pelo Pró-Ética?
Cristiane Oliveira: É uma experiência muito gratificante, pois o Pró-Ética reconhece publicamente o compromisso da GranBio em manter um ambiente corporativo íntegro, transparente e ético. Esse reconhecimento, conquistado por três vezes consecutivas, reafirma nosso compromisso e mostra que estamos no caminho certo, além de reforçar a importância de nossos princípios e valores que permeiam nossa forma de atuar e nos relacionar com todos os públicos.
Ethos: Como foi o processo de aplicação para o prêmio?
Cristiane Oliveira: Na primeira vez que inscrevemos a GranBio, o principal desafio foi identificar e unir as evidências com todas as áreas envolvidas e organizá-las de forma adequada para suportar as respostas do questionário dentro do tempo estipulado. Após a primeira experiência, nos estruturamos de forma a centralizar todo o processo com a área de Compliance, que faz a gestão do programa de compliance e armazena todas as evidências geradas por cada iniciativa implantada e também dá o suporte adequado às demais áreas envolvidas, o que ajuda muito no momento da aplicação para o prêmio.
Ethos: Quais as dicas para as empresas que gostariam de aplicar?
Cristiane Oliveira: Primeiramente, a empresa deve designar um responsável pela gestão do programa de compliance, que deverá gerar as evidências de todas as iniciativas do programa e armazena-las de forma adequada, de preferência por temas dos pilares, por exemplo: evidências de políticas e procedimentos internos que determinam as diretrizes do programa de compliance, materiais de comunicação destas diretrizes, fotos e listas de presença de treinamentos, análises de riscos desenvolvidas, due diligences aplicadas, entre outros. Desta forma, a empresa evitará o desgaste de ter boas iniciativas sem evidências, o que geraria dificuldades para suportar as respostas do questionário e acabaria sendo prejudicada na avaliação. Outro detalhe importante é a empresa designar um único responsável para preencher o questionário, ou garantir sua revisão, de preferência por alguém que tenha participado da implantação do programa de compliance. Caso não seja possível, é indicado determinar uma pessoa que conheça bem todas as áreas da empresa, pois caso não tenha conhecimento do conteúdo das respostas, saberá quem poderá fornecer as informações adequadas e em tempo hábil. Outra vantagem é ter uma visão geral das perguntas, pois muitas evidências ou respostas podem ser aplicadas a mais um capítulo do questionário. Por fim, é primordial analisar bem o conteúdo das perguntas e os seus processos internos. Mais uma vez a importância de a pessoa conhecer bem a empresa, pois em algumas situações pode parecer que a organização não atende ao requisito da pergunta, porém, pode existir algum processo ou área que desenvolve determinado controle ou atividade que cobre os riscos ou questionamentos envolvidos no tema.
Ethos: Como o reconhecimento incentivou novas práticas ou o aprimoramento das práticas de integridade?
Cristiane Oliveira: A participação no Pró-Ética permitiu à GranBio obter um relatório que traz uma análise detalhada de nossos procedimentos de integridade e de controles internos, feito por um grupo de especialistas. Assim, foi possível reavaliar e aprimorar os nossos processos e as medidas do programa de compliance que estão sendo adotadas, buscando cada vez mais fortalecer nossas práticas e nosso ambiente de controles, não só no que diz respeito ao combate à corrupção, mas também em toda a gestão de riscos corporativos.
Ethos: Quais elementos essenciais para um bom programa de compliance?
Cristiane Oliveira: São vários elementos que se complementam, no entanto podemos ressaltar o que consideramos o principal e o que sustenta qualquer programa de compliance em qualquer organização, que é o apoio irrestrito e o comprometimento da alta direção da empresa. Sem este apoio, o caminho para se implantar um programa de compliance e adquirir a cultura da integridade dentro da empresa se torna árduo e muitas vezes fadado ao insucesso.
Ethos: Qual o custo-benefício de ter um programa de integridade reconhecido?
Cristiane Oliveira: O custo precisa, obviamente, estar adequado ao porte, às condições financeiras e à exposição aos riscos da empresa. No entanto, com o apoio necessário, é possível desenvolver um bom programa com iniciativas simples e de baixo custo, mas que irão gerar também excelentes resultados. Quanto aos benefícios, estes são inúmeros, pois o programa gera reconhecimento público ao esforço da empresa em adotar medidas para manter um ambiente de negócios íntegro, ético e transparente, por meio de um órgão tão importante do governo, além de ser uma ferramenta que permite a mitigação de riscos na cadeia de valor de parceiros comerciais e de investidores, que exigirão cada vez mais a existência de políticas de integridade efetivas, além da mitigação de riscos de violações de leis e suas consequências à reputação da empresa.