Ações para o setor empresarial estiveram no centro das discussões do encontro

No último dia 10 de agosto a Iniciativa Empresarial em Clima (IEC), composta pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), CDP, Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGVces), Rede Brasileira do Pacto Global das Nações Unidas, Instituto Ethos, Envolverde e Neomondo, realizou um encontro com representantes do setor público, privado e organizações sem fins lucrativos para apresentar a Plataforma AdaptaClima para o setor empresarial. Os objetivos do evento foram pautar a sensibilização sobre o tema de adaptação às mudanças do clima, apresentar para as empresas os recursos da Plataforma AdaptaClima e discutir alguns casos de adaptação no Brasil.

Sobre a agenda de adaptação à mudança climática, alguns dos pontos observados foram: o panorama geral sobre o Plano Nacional de Adaptação (PNA) e as atuais atividades do Governo Federal dentro do escopo das Políticas de Adaptação, apresentado pela coordenadora geral substituta da Secretaria de Mudança do Clima e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Nelcilandia de Oliveira Kamber; e Eduardo Hosokawa, engenheiro da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Coordenador da Comissão Municipal de Adaptação à Mudança do Clima de Santos, falou sobre a construção do Plano Municipal de Mudança do Clima de Santos, uma iniciativa pioneira no âmbito de governos locais, e também, a respeito do Projeto Piloto para Mitigação dos Efeitos Erosivos da Ponta da Praia, que teve como objetivo reduzir os impactos causados pela ressaca e erosão na região da Ponta da Praia, em Santos.

Segundo Eduardo, o projeto se mostrou uma alternativa à construção convencional. “Foram utilizados sacos construídos com tecido geotêxtil e preenchidos com areia da praia. A barreira construída a partir desses sacos diminuiu o impacto das ondas marítimas, protegendo a população que vivem ao entorno da praia e preservando as práticas esportivas e atividades culturais realizadas na praia”, explicou o engenheiro.

Francisco Maciel, CEO do Consórcio Intermunicipal da Região Oeste Metropolitana de São Paulo (CIOESTE), apresentou experiência vivenciadas. “A região oeste do estado de São Paulo deteve, nos últimos anos, um grande e acelerado crescimento econômico. No entanto, os altos números surgiram concomitantemente a uma lógica de desenvolvimento insustentável, tanto do ponto de vista ambiental, como econômico e social (alta concentração de renda e inúmeras guerras fiscais). Tendo isso em vista, foi necessário reverter essa lógica de crescimento insustentável, incluindo novos parâmetros de desenvolvimento à região. Nesse contexto, o eixo de adaptação à mudança do clima ganhou força no consórcio. Por meio da atuação em redes, valorizando as relações com atores envolvidos em determinado campo, o consórcio identificou e utilizou diversas fontes de financiamento voltados à implementação de medidas de adaptação à mudança do clima, evidenciando a importância da governança para a sustentabilidade de projetos”, revelou Francisco.

A apresentação dos processos de formulação e implementação da AdaptaClima, bem como seus recursos e subsídios às empresas que desejam desenvolver ações de adaptação em seu planejamento ficou por conta de Mariana Nicolletti, coordenadora e pesquisadora do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGVces).

Para saber mais sobre a Plataforma AdaptaClima, clique aqui.

 

Por Rejane Romano, do Instituto Ethos

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