Respeito à ciência climática, cumprimento das metas de descarbonização e NDCs progressivamente mais ambiciosas são prioridades na agenda do Instituto

Nesta semana, no dia 09 de agosto, foi publicado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC em inglês) o novo relatório “Climate Change 2021: the Physical Science Basis”, atualizando a comunidade internacional, com a melhor ciência climática disponível: onde nos encontramos, para onde rumamos e o que deve ser feito pelas partes para limitar o aumento do aquecimento terrestre em até 1,5ºC até o final da década. O relatório indica uma pequena janela de oportunidade e a necessidade de ações imediatas, para adaptação aos novos parâmetros e exigências para emissões líquidas neutras até 2030, além de destacar a importância do cumprimento e revisão das NDCs nacionais, de forma que aumentem sua ambição progressivamente.  

O relatório explora possíveis cenários climáticos, desde os mais otimistas, que indicam a possibilidade da manutenção da meta de 1,5ºC até o final do século, até os mais pessimistas em relação aos impactos e desequilíbrios climáticos devido ao aumento progressivo da temperatura. A novidade que o texto apresenta é a comprovação inequívoca de que o aumento de temperatura está diretamente relacionado ao aumento de concentração de Gases de Efeito Estufa (GEE) decorrentes de atividades humanas e acentuadas pelo processo industrial. “A taxa de aquecimento está se acelerando: as temperaturas globais de superfície aumentaram mais rapidamente desde 1970 do que em qualquer outro período de 50 anos durante, pelo menos, os últimos 2000 anos”, destaca o documento. 

Em dezembro de 2020, na contramão das tendências de adaptação climática, assistimos o Governo Federal submeter um novo texto da NDC brasileira à UNFCCC, no qual esperava-se uma proposta mais ambiciosa, como exige o Artigo 4 do Acordo de Paris, a conhecida cláusula de não-retroabilidade. Não foi o que a proposta de dezembro apresentou. No mais, a ressubmissão brasileira eliminou a obrigatoriedade de apresentação de dados setoriais sobre as emissões do país, além de alterar os dados base para o cálculo de redução, de maneira a aumentar a quantidade total de emissões permitidas. Assim, para 2030 seria possível um aumento de 1,6 bilhão de tCO2 e aproximadamente o total de emissões líquidas do Brasil em 2019. Este processo foi denominado de “Pedalada Climática” e foi judicializado por movimentos da juventude.  

Em 2021, o Instituto Ethos, a fim de melhor responder às necessidades de adaptação, mitigação e descarbonização empresarial, disponibiliza espaços para a construção, debate e aprofundamento em parceria com as empresas associadas. Dentro do Grupo de Trabalho de Meio Ambiente, estão em processo de revisão os Indicadores Ethos, à luz da agenda ESG, para atender às demandas empresariais. O grupo também foca seus esforços na elaboração das recomendações do setor privado brasileiro para a manutenção de uma NDC condizente às necessidades internacionais, progressivamente mais ambiciosa, com confiabilidade na obtenção e disponibilização de dados, além de socialmente justa, inclusiva e que leve em consideração riscos e vulnerabilidades climáticas das populações humanas. 

Neste sentido o Instituto Ethos se posiciona em consonância aos parceiros da sociedade civil que somam esforços para a disseminação de uma agenda climática positiva e atuante, a fim de garantir um planeta saudável, equilibrado e que promova o bem-estar às populações presentes e futuras. Além de suprir o setor empresarial com as tendências de mercado e de investimentos, garantindo assim competitividade ao empresariado brasileiro. 

Reforçamos a importância da ciência climática na análise e elaboração de caminhos possíveis para cumprimento das metas de descarbonização e para a agenda socioambiental e, por fim, acreditamos que o país deva manter as ambições da NDC, em patamares crescentes. 

 

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