O Instituto Ethos promoveu um encontro para apresentar os resultados dos Grupos de Trabalho (GTs) de Integridade, Direitos Humanos e Meio Ambiente, com foco na integração da agenda ASG (ESG) . O evento marcou o lançamento de três produtos que, segundo Caio Magri, diretor-presidente do Instituto Ethos, visam ajudar as empresas a gerirem seus negócios de forma sustentável e socialmente responsável.
Os materiais são resultado de um trabalho colaborativo que contou com a participação de especialistas e representantes de empresas de diversos setores. As empresas que atuantes possuem áreas, comitês ou grupos multidisciplinares dedicados à formulação e implementação de políticas ASG.
O objetivo dos guias é auxiliar as empresas a incorporarem os princípios de sustentabilidade em suas estratégias e operações, contribuindo para a construção de um modelo de negócios mais ético, responsável e competitivo.
Os guias abordam os seguintes temas:
- Integridade Socioambiental: Discutido no GT de Integridade, este documento ressalta a importância de integrar as agendas de direitos humanos, meio ambiente e clima às práticas de integridade empresarial. Marcela, coordenadora de Projetos de Integridade do Instituto Ethos, destacou que o conceito de integridade socioambiental ainda está em construção e visa a incorporação da proteção de direitos humanos e meio ambiente em diversos aspectos da governança da empresa, como códigos de conduta, treinamentos e canais de denúncia. Um dos desafios, segundo ela, é a necessidade de maior conhecimento sobre o tema por parte das áreas de compliance das empresas
- Práticas ASG para a Localidade: Este conteúdo, desenvolvido no âmbito do GT de Meio Ambiente, aborda a importância de integrar o conceito de localidade à agenda ASG, adaptando as práticas empresariais às especificidades de cada região. Giovanna Costa, integrante do GT e assistente de Projetos em Meio Ambiente do Instituto Ethos, enfatizou que a localidade não é simplesmente uma coordenada geográfica, mas sim um espaço que reúne diferentes interações e relações.
- Manifesto para uma Governança Corporativa em Direitos Humanos: Um Chamado para Ação: Fruto do trabalho do GT de Direitos Humanos, o manifesto conclama as lideranças empresariais a se comprometerem com a promoção dos direitos humanos em suas operações e cadeias de valor. Scarlett Rodrigues, coordenadora de projetos em Direitos Humanos do Instituto Ethos, definiu o manifesto como “um chamado para ação” com o objetivo de impulsionar as lideranças empresariais a construir uma governança comprometida e que priorize pessoas acima do lucro. O documento, segundo ela, sintetiza os conceitos de integridade socioambiental e de ASG, com foco na materialização da agenda de direitos humanos nas empresas.
O Instituto Ethos recomenda que a leitura dos guias siga a ordem acima, iniciando pela “Integridade Socioambiental”, seguida de “Práticas ASG para a Localidade” e finalizando com o “Manifesto para uma Governança Corporativa em Direitos Humanos”.
Durante o evento, também foram apresentados outros trabalhos realizados pelos GTs ao longo do ano, como:
Guia para empresas: como combater as desigualdades no Brasil: Lançado em 2023, o guia serviu como base para os trabalhos dos GTs em 2024, que abordaram os dez pilares do documento.
Perfil Social, Racial e de Gênero das 1.100 maiores empresas do Brasil e suas ações afirmativas 2023-2024: O estudo mapeia as práticas de diversidade nas maiores empresas do país e aponta caminhos para acelerar a mudança e garantir direitos, dignidade humana salários melhores.
Canais de denúncias empresariais para proteção de defensores(as) de direitos humanos e ambientais: A pesquisa analisa a eficácia dos canais de denúncia em empresas brasileiras, especialmente na Amazônia Legal, e destaca a importância de uma cultura de integridade e transparência.
Ana Lúcia Melo, diretora-adjunta do Instituto Ethos, encerrou o evento agradecendo a participação de todos e destacando a importância do trabalho conjunto para a construção de uma sociedade mais justa, ética e responsável, ressaltando a relevância da inteligência coletiva e dos espaços de cocriação para encontrar soluções para os desafios socioambientais.