Estudo mostra que as emissões de gases de efeito estufa foram de 0,57 toneladas por hectare, porém as remoções foram de 2,24 toneladas
Na safra 2020/2021, lavouras de soja de Mato Grosso apresentaram balanço negativo de carbono. Os resultados indicam que as emissões de gases do efeito estufa (GEE) foram de 0,57 toneladas de carbono por hectare; enquanto que as remoções (o sequestro de carbono) foram de 2,24 toneladas de carbono por hectare. Isso foi o que constatou um estudo conduzido pelo pesquisador Carlos Eduardo Pellegrino Cerri, consultor da Delta CO² Sustentabilidade.
Em participação no programa Planeta Campo, Cerri comentou sobre a pesquisa. “Esse trabalho que eu tive a oportunidade de participar levou em consideração as emissões de gases de efeito estufa, ou seja, quanto está emitindo em CO2 equivalente, e estamos incluindo aí dados como o CO2, mas também o metano óxido nitroso e também as remoções devido a adoção de boas práticas de manejo. Eu acho interessante mencionar que nas áreas de cultivo de soja foram coletadas amostras para essa avaliação, amostras de solo em condições contrastantes para verificar se a adoção de boas práticas de manejo, neste caso o sistema de plantio direto com o não revolvimento do solo, com manutenção da palhada, dos restos culturais na superfície do solo, com sucessão soja e milho e, às vezes, a rotação de culturas. Esse foi o contexto onde houve aumento dos estoques de carbono devido a adoção dessas boas práticas. Foi calculado então essa diferença dos estoques de carbono, das quantidades de carbono existentes no solo, foi feito um cálculo para ver a taxa anual de acúmulo comparado às emissões diretas devido ao cultivo da soja e é importante salientar que foi um estudo dentro da porteira, dentro da fazenda, não teve [o cálculo do] deslocamento dessa soja para o mercado exterior. Foi um estudo bem focado dentro das condições de cultivo”, detalhou.
O pesquisador ressalta que a pesquisa revelou que o cultivo baseado em boas práticas de manejo traz bons resultados para o meio ambiente. “O que esse estudo revelou é que a adoção de práticas de manejo conservacionista, se bem feitas, se bem adaptadas e empregadas no campo, elas podem acumular carbono no solo”.
Cerri ainda pontuou que os resultados são um incentivo para os produtores utilizarem cada vez mais técnicas conservacionistas. “A gente não pode generalizar, tem situações em que as práticas de manejo não estão eventualmente sendo bem conduzidas, aí a gente não tem esse sequestro, mas é uma motivação para quem está na linha de frente adotar essas práticas, porque o resultado pode ser realmente, como a gente mostrou, bastante interessante”.
Confira o programa Planeta Campo com a participação de Eduardo Pellegrino Cerri
Por: Planeta Campo
Foto: Planeta Campo