Pesquisa analisou mais de 9.000 em uma empresa entre 2014 e 2020

Um recente estudo da Universidade de Harvard trouxe à tona desafios significativos enfrentados por mulheres negras no ambiente de trabalho, especialmente quando integradas a equipes majoritariamente compostas por pessoas brancas. Ao analisar mais de 9.000 novos colaboradores em uma empresa de serviços profissionais entre 2014 e 2020, a pesquisa revelou disparidades alarmantes na promoção e retenção dessas profissionais em comparação com seus pares brancos.

Os resultados indicaram que mulheres negras inseridas em equipes predominantemente brancas eram mais propensas a serem rotuladas como profissionais de “baixo desempenho”, enfrentando assim maiores dificuldades para ascender na carreira. A probabilidade de deixar o emprego nos dois primeiros anos era 32% maior para pessoas colaboradoras negras, em especial para mulheres negras, em comparação com colegas brancos. Além disso, a probabilidade de promoção dentro do prazo previsto era 26% menor, evidenciando um ambiente desafiador para o avanço profissional dessas funcionárias.

A coautora do estudo, Elizabeth Linos, destacou a relevância das horas faturáveis na empresa como um indicador crucial para medir o sucesso dos funcionários e funcionárias. Mulheres negras inicialmente designadas para equipes mais brancas relataram menos horas faturáveis, mais horas de treinamento e eram consideradas com mais frequência como profissionais com desempenho fraco, o que contribuía para a elevada taxa de rotatividade.

Essas conclusões ressaltam a necessidade urgente de intervenções políticas para atenuar os impactos negativos sobre as mulheres negras no ambiente de trabalho. Linos enfatizou a importância de pesquisas adicionais sobre como os funcionários brancos podem adaptar seus comportamentos para evitar contribuir para dinâmicas excludentes de gênero e raciais. Compreender esses desafios é crucial para implementar mudanças significativas, sugerindo a necessidade de políticas de promoção de equidade racial e de gênero para criar ambientes mais inclusivos e promover o avanço profissional de mulheres negras. Para obter mais informações sobre o estudo e suas implicações, leia o artigo completo (em inglês).

 Por: Movimento Mulher 360

Foto: Pexels