Iniciativa do Ethos em parceria com a OIT e o Ministério de Trabalho contou com a presença de parceiros da Rede e empresas interessadas em fazer adesão
O trabalho infantil ainda é uma realidade no Brasil. Na última década, os esforços para a erradicação desta chaga surtiram efeito, mas não foram capazes de erradicar o problema. Os últimos dados do IBGE (2014) apontam que dos 2,8 milhões de jovens entre 15 e 17 anos que trabalhavam, menos de 18% eram aprendizes ou tinham carteira assinada.
Para transformar esta realidade e em busca de melhores oportunidades aos jovens trabalhadores brasileiros, o Instituto Ethos, em parceria com a OIT e o Ministério de Trabalho, realizou, no dia 11 de novembro de 2016, um encontro de pré-lançamento da Rede de Empresas pela Aprendizagem e Erradicação do Trabalho Infantil. Através desta rede o Ethos realiza a chamada para uma ação coletiva e efetiva pelo combate ao trabalho infantil e pela proteção da aprendizagem. O intuito do evento foi apresentar a iniciativa, debater os desafios na erradicação do trabalho infantil e no estímulo à aprendizagem, além de convidar às empresas a serem membros da rede.
Participaram do evento representantes das organizações parceiras da rede: OIT e Ministério do Trabalho e empresas interessadas em aderir ao pacto e/ou que trabalham com esta temática, entre elas: Agropalma, Aldeias Infantis, Banco do Brasil, BID, Bradesco, Carrefour, Cidade Escola Aprendiz, CIEE, Fundação Roberto Marinho, JLL, Serasa Experian, Shell, Streetfootballworld Brasil e Unicef.
Na introdução do evento, Caio Magri, diretor executivo do Ethos, lembrou a importância de promover ambientes seguros de trabalho para os jovens, que incluem incentivo ao trabalho decente e à frequência escolar. Além disso, Caio também ressaltou a importância dos jovens aprendizes para as empresas: “As empresas têm que perceber a inclusão de jovens aprendizes como um ganho. Ao investirem na formação profissional, este jovem pode ser incorporado no quadro de funcionários posteriormente”.
Maria Claudia Falcão, coordenadora do Programa Internacional para Eliminação do Trabalho Infantil (IPEC), da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ressaltou que a rede tem um papel de acelerar o combate ao trabalho infantil e que “ao incentivar o cumprimento da lei da aprendizagem, a rede não objetiva incentivar a entrada antecipada de adolescentes no mercado de trabalho, mas sim garantir ao adolescente que trabalha oportunidades, nas quais seus direitos sejam garantidos, incluindo o direito à aprendizagem”.
A auditora fiscal do Ministério do Trabalho, Taís Lisboa, relembrou o aumento do trabalho infantil no Brasil nos últimos anos e a presença de jovens no mercado informal. Taís argumenta que “o cumprimento da meta da Lei da Aprendizagem nas empresas ofereceria, aos jovens que estão em idade de trabalho e que hoje atuam no setor informal, oportunidade de trabalho digna e com seus direitos garantidos”.
O lançamento da Rede de Empresas pela Aprendizagem e Erradicação do Trabalho Infantil será no dia 7 de dezembro de 2016, no evento “Diálogos Ethos – Desafios Contemporâneos: empresas, mobilidade urbana e direitos humanos”. Na ocasião, representantes de empresas que aderiram à Carta de Compromisso reafirmação publicamente seu comprometimento com os objetivos da rede. Informações e inscrições, acesse aqui.