Jorge Abrahão destacou em sua fala a necessidade de inovação tecnológica e a relevância do setor energético como um dos mais receptivos a isso.
Entre 27 e 28 de novembro, realizou-se no Rio de Janeiro a 48ª Reunião de Altos Executivos (RAE) da Comissão de Integração Energética Regional (Cier), um encontro anual de executivos da área de energia que é realizado desde 1965 e visa discutir assuntos de relevância para o setor energético, por meio de exposições e painéis de especialistas nacionais e internacionais de destaque nos temas abordados.
Os principais objetivos da reunião são estreitar o relacionamento entre as entidades e empresas associadas à Cier e divulgar o estado da arte e as novas tendências e tecnologias relacionadas a segurança energética, integração regional, inovação tecnológica e desenvolvimento sustentável.
Convidado pela organização do evento, Jorge Abrahão, presidente do Instituto Ethos, realizou uma palestra, no dia 27, sobre o tema “Sustentabilidade Empresarial”, destacando a importância da inovação tecnológica na transição para uma nova economia.
“O setor empresarial está extremamente receptivo e engajado no processo de transformação da economia e, embora precise de apoio estatal, não pretende esperar para agir”, afirmou o presidente do Instituto Ethos. “Isso nos leva a acreditar que, apostando em inovação e participando ativamente da construção de marcos regulatórios que favoreçam o desenvolvimento sustentável, as empresas são não apenas peças fundamentais nesse processo de transição para uma nova economia, mas podem também liderar movimentos dentro dessa agenda”, acrescentou.
Para Abrahão, há necessidade de consolidar inovações incrementais, com vistas a essa nova economia, voltadas para a melhoria dos processos produtivos, como a redução da intensidade de insumos e materiais (água, energia, minérios, petróleo etc.) e o avanço na direção de processos, produtos e modelos completamente novos.
Com a intenção de dar escala a essas ações, o Instituto Ethos desenvolve atualmente uma agenda de trabalho com as empresas que tem o objetivo de construir uma visão multissetorial de vanguarda dos desafios e oportunidades para negócios sustentáveis. “Pretendemos mapear os caminhos para o desenvolvimento de modelagens pioneiras para os diversos setores ou áreas de interesse”, disse Abrahão.
O setor energético
“Quando se fala em inovação é impossível não pensar em energia, já que esse é um dos setores mais experientes e receptivos a modelagens inovadoras e capaz de, a partir delas, demonstrar aos reguladores a viabilidade dos novos negócios”, ponderou o presidente do Ethos.
Para ele, uma detida análise do complexo cenário energético brasileiro é fundamental para qualquer agenda de desenvolvimento do país, seja por preocupações com a segurança energética, seja pela necessidade urgente de se adotar uma estratégia de longa duração.
“Muitos dos instrumentos e meios para esses avanços já encontram institucionalidades definidas e sua expansão pode garantir ao Brasil um crescimento interno sustentado e sustentável, a continuidade de uma liderança global em termos de limpeza da matriz energética e a oportunidade de construir uma liderança tecnológica”, concluiu.
Por Benjamin Gonçalves (Instituto Ethos)