Instituto Ethos faz parte do GT Carvão Sustentável
Promover ações que incidam sobre os fatores críticos socioambientais da produção do ferro gusa e do carvão vegetal, visando à consolidação de uma cadeia sustentável do aço brasileiro é o objetivo do Grupo de Trabalho (GT) Carvão Sustentável.
O grupo vem discutindo estratégias de mobilização desde 2010 e é responsável pela criação de uma ferramenta de rastreabilidade de implementação gradual, o Programa Modular de Verificação da Origem do Carvão Vegetal (PROMOVE).
O GT Carvão Sustentável é representado por empresas do setor de ferro gusa dos estados de Mato Grosso do Sul (Vetorial e Simasul), Maranhão, Pará e Minas Gerais e por organizações como, o WWF-Brasil, a organização Internacional do Trabalho (OIT) Brasil, o Instituto Ethos, o Imaflora, a Fundação Avina e o Banco Santander.
“O GT Carvão Sustentável representa um movimento organizado por diferentes partes interessadas na busca de uma solução negociada, que seja capaz de contemplar interesses empresariais e da sociedade civil. Tais soluções, orientam ações e compromissos empresariais acerca das boas práticas socioambientais na produção do carvão vegetal destinado à produção de ferro gusa, além de dar transparência à performance socioambiental de empresas deste setor”, explica David Escaquete, da Imaflora.
A necessidade de melhor posicionamento e adequação do setor siderúrgico com o apoio de entidades de setores diversos da sociedade civil e do poder público, com o intuito de gerar melhorias nas questões sociais, trabalhistas e ambientais é tema de uma das publicações lançadas pelo Grupo. “Princípios, critérios, indicadores e explicações do carvão sustentável e regras de participação do PROMOVE” traz informações de como participar da iniciativa, definições, documentos de referência, exigências para entrada e permanência, entre outros dados.
A outra publicação é uma cartilha com diversas informações sobre o PROMOVE tais como, funcionamento, participação e adesão de empresas e auditoria. A iniciativa é inspirada em programas modulares existentes em outros setores e difundidos mundialmente.
Para Julio Cesar Sampaio, coordenador do Programa Cerrado Pantanal do WWF-Brasil, as publicações produzidas por meio do desenvolvimento do Grupo de Trabalho contribuem para o estabelecimento de uma cadeia de ferro gusa sustentável, baseada na redução da degradação de ambientes naturais, a promoção de trabalho justo e na sustentabilidade e auto suficiência da cadeia.
“O WWF-Brasil reconhece a necessidade de atender as demandas globais de produção, contudo, entende também que é preciso desenvolver cadeias de produção que não impactem ainda mais os recursos naturais limitados do nosso planeta, assim, o modelo apresentado nas publicações podem tornar o Brasil um exemplo para os outros países na produção de um ferro verde”, explica Julio.
Neste momento o setor de ferro gusa no Brasil vem sofrendo dificuldades e passando desde 2015 por processos de desligamento de funcionários e redução da venda do produto. Segundo Gustavo Corrêa, da Vetorial, o tema do carvão vegetal sustentável é altamente importante para a siderurgia e para a economia nacional. “É necessário que a sociedade entenda os benefícios do carvão vegetal em relação ao combustível fóssil. Dar destaque ao carvão é dar foco também para soluções ambientais e sociais muito importantes”, afirma ele.
Por WWF Brasil
Foto: Correio de Uberlândia