É possível calcular o investimento em responsabilidade social empresarial?

Durante a plenária “Avanços da responsabilidade social empresarial nos cinco continentes”, Oded Grajew, presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos e membro do Conselho do Pacto Global da ONU, afirmou que não é possível mensurar financeiramente o quanto uma empresa investe em responsabilidade social.
A afirmação foi feita após a palestra de George Mathew, fundador e diretor do Institute of Social Sciences, de Nova Délhi, que mostrou o investimento da principal empresa da Índia, o Tata Group, em responsabilidade social.

Segundo Oded Grajew, responsabilidade social é, em muitos países, confundida com filantropia. No Brasil, essa discussão já evoluiu bastante e a cultura da responsabilidade social está mais evoluída. De acordo com Grajew, “raras empresas ultrapassam 1% dos lucros em investimentos filantrópicos. E, além disso, mostrar cifras impressiona”. Ele afirmou que a RSE não pode ser mensurada financeiramente, porque envolve muitos fatores: pagamento de impostos, funcionários legalmente contratados, consumo consciente de forma geral etc.

George Mathew contou que, na Índia, a RSE passou por quatro fases. Até 1914, as ações eram feitas por meio de caridade e filantropia. De 1914 a 1960, foi o período de luta pela liberdade, com teorias de Mahatma Gandhi. Os 20 anos seguintes foram uma época de economia mista, com muita corrupção e governos dirigindo diversos setores da economia (hotéis e empresas). E, finalmente, depois de 1980, começou a haver uma interface entre filantropia e mercado, na busca por ações mais sustentáveis e globalizadas. Mathew concluiu afirmando que a RSE “não está sendo implementada na Índia como deveria”. (Publicado em 15/06/2007)