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"A corrupção é um problema mundial que, para ser combatido, exige um conhecimento
profundo de suas causas", diz o diretor da Transparência Internacional, Jermyn
Brooks, um dos palestrantes do quinto painel temático - Pacto Empresarial
pela Integridade e Contra a Corrupção, que aconteceu no dia 21 de junho,
durante a CI 2006.
Durante a atividade, foram apresentadas as orientações para a implementação,
pelas empresas, do Pacto Empresarial pela Integridade e contra a Corrupção,
que foi lançado na quinta-feira, dia 22 de junho. O Pacto prevê ações para propagar
boas práticas de ética empresarial, que possam erradicar a corrupção do rol
das estratégias, com resultados econômicos.
Segundo Carlos Eduardo Lins da Silva, diretor de Relações Institucionais da
Patri Relações Governamentais & Políticas Públicas, a idéia do Pacto começou
a germinar antes do escândalo do ´mensalão´. "No Brasil, a corrupção sempre
é vista como uma coisa feita pelo Estado, e nunca se enfatiza quem alimenta
a corrupção".
Giovanni Quaglia, representante regional do Escritório das Nações Unidas contra
Drogas e Crime (UNODC) no Brasil, diz que "é muito mais fácil para as empresas
tomarem decisões para acabar com a corrupção dentro dos seus elos, que os políticos".
O coordenador da Unidade de Direitos Humanos do Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil, Guilherme de Almeida, acredita que a melhor
forma de combater a corrupção é buscar bons negócios. "Corrupção é um problema
global e nunca relacional, e a única forma de lidar com ela é por meio desse
Pacto", ressaltou.
O Pacto Empresarial pela Integridade e contra a Corrupção já
recebeu a adesão de 200 empresas. Roberto Salas, presidente da Amanco, apresentou
um estudo de caso sobre um acordo feito com algumas empresas de fornecimento
e distribuição de águas para combater a corrupção no setor. A Amanco propôs
às empresas alguns aprendizados, desafios e soluções, como a entrega de informações
consideradas confidenciais, criação e funções de um comitê de ética encarregado
de supervisionar o cumprimento do acordo e definições de penalidades. Com isso,
surgiriam alguns benefícios como fomentar uma cultura ética entre o público
interno; fortalecer a reputação e a imagem da empresa; gerar maior confiança
no ambiente empresarial; promover a recuperação da estabilidade e construir
uma nova forma de interação entre as empresas, as organizações e o Estado.
De acordo com Ricardo Young, presidente do Instituto Ethos, o Pacto ainda está
num primeiro passo, mas o acordo da água já está mais avançado.