Diogo Cosentino
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O Painel VI, da CI 2006, reuniu para um debate sobre projetos e modelos
de criação de vínculos sustentáveis de negócios
nas cadeias produtivas os palestrantes Cláudio Boechat,
gerente de projetos do Núcleo Andrade Gutierrez; Christiane
Stepanek, diretora executiva da Divisão de Investimento, Tecnologia
e Desenvolvimento Empresarial da Conferência das Nações
Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD); Doris
Thurau, diretora da Agência Alemã de Cooperação
Técnica (GTZ); Elson Valim, diretor executivo da Fundação
Dom Cabral; e Arnaldo Flaks, diretor do Projeto Vínculos.
O conceito e a importância das cadeias produtivas na construção
desses vínculos sustentáveis foram os pontos abordados por Elson
e Oded Grajew, presidente do Conselho Deliberativo do Instituto
Ethos. A abordagem de ambos foi feita dentro da criação de vínculos
entre as empresas transnacionais, e as pequenas e médias empresas.
De acordo com Cláudio, “o vínculo só pode ser sustentável
se a cadeia produtiva também for sustentável”. Sustentabilidade
que, para Cláudio, só pode ser alcançada por meio dos
investimentos e colaboração de todos os interlocutores da cadeia
produtiva e de seu “ambiente produtivo”, que leva em conta a preocupação
com o meio ambiente e a sociedade em questão.
A diretora da GTZ afirmou que um dos grandes objetivos da aplicação
desse conceito é o da obtenção de um ambiente voltado
ao estabelecimento de vínculos, por meio de políticas públicas
favoráveis a iniciativas transacionais. Outro caminho complementar
é o da transformação do mercado interno e das entidades
da sociedade civil, tornando-os mais competitivos e participativos e, assim,
mais atrativos ao capital internacional.
Arnaldo complementou essa informação lembrando que o ‘Vínculos’
é adaptado de acordo com cada situação e que isso tem,
como conseqüência, projetos específicos para as regiões,
aprimorando seus benefícios.
A representante da UNCTAD apresentou a problemática da criação
de vínculos sustentáveis globalmente, e a função
da sua entidade, que atuava junto a gestores públicos, mas passou a
adotar uma participação mais ligada à iniciativa privada.
Christiane apontou, entre outros grandes problemas da adoção
desse conceito, o da “não habilitação de pequenas
e médias empresas (por parte do governo) para aproveitar as oportunidades
de criação de vínculos”.
Ao ser perguntada sobre se o setor privado seria, da forma como foi proposto
o projeto, o principal interlocutor num cenário de transformação
social, a diretora da UNCTAD afirmou que o conceito é o de uma participação
colaborativa entre os setores da sociedade, estabelecendo esquemas de Parcerias
Público-Privadas (PPPs), porém com a participação
da sociedade civil. “A idéia é a de que cada um dos interlocutores
deveria fazer o que faz melhor, e o papel da UNCTAD e de propostas como o
Projeto Vínculos é criar plataformas para que os setores trabalhem
juntos”. Ela explicou, ainda, que uma condição fundamental
para que a proposta seja bem-sucedida é a de constante diálogo
entre os setores público e privado.