No segundo dia da Conferência Internacional Empresas e Responsabilidade
Social 2006, dia 20 de junho, Jorge Cajazeira, Tarcila Reis, Ernst
Ligtering e Clovis Scherer discutiram dentro de um painel os pontos já aprovados
da futura ISO 26000 e debateram os desafios e as oportunidades dessa iniciativa,
além de propiciar aos participantes mais informações sobre a norma, antes
da sua publicação em 2008.
A ISO 26000 servirá para estabelecer um padrão internacional de responsabilidade
social. Desde 2002, a ISO vem estudando a realização dessa nova norma, dando
início aos trabalhos em janeiro de 2005.
O painel foi divido em duas partes. Na primeira, Tarcila Reis, gerente de
Apoio e Aprofundamento do Instituto Ethos, mostrou alguns pontos já aprovados
da norma nas reuniões do Grupo de Trabalho de Responsabilidade Social da ISO
e concluiu sua apresentação falando que "a ISO 26000 será um mapa integrador
das diversas iniciativas de responsabilidade social existentes".
Em seguida, Jorge Cajazeira, gerente de Excelência Empresarial da Suzano Papel
e Celulose e presidente do Grupo de Trabalho de Responsabilidade Social da ISO,
falou sobre a complexidade e a inserção das normas no mercado e o quanto elas
são importantes.
No segundo bloco, os palestrantes colocaram seus prós e contras sobre a criação
da nova norma. "Estou interessado em ver o sucesso da ISO 26000, mas tenho alguns
receios quanto a sua criação. Vivemos num mundo que tem uma aspiração justificada
de mudar sua condição de vida e lutamos por isso, mas não temos todos as respostas.
Não existem respostas rápidas" diz Ernst Ligtering, diretor executivo da Global
Reporting Initiative (GRI).
Para encerrar o painel, Clovis Scherer, economista do Departamento de Estatísticas
e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), explicou a posição da entidade, falando
dos pontos positivos e negativos da futura norma. Um dos pontos ressaltados
foi a sub-representação de algumas partes interessadas e o processo decisório
da norma.
Uma preocupação que ficou no ar é a razão pela qual a ISO 26000 não será uma
norma certificadora, pois assim, seria uma forma das empresas terem maior interesse,
já que traz uma competitividade ao mercado.