A oficina Gestão de Projetos para a Sustentabilidade, conduzida
por Aerton Paiva, sócio diretor da Apel Consultoria Empresarial, ofereceu aos
participantes uma oportunidade de revisitar a relação existente entre as estratégias
e os projetos, sob a perspectiva unificada da metodologia PMBOK (PMI - Project
Management Institute©) e dos indicadores da sustentabilidade (Ethos, Metas do
Milênio, GRI, entre outros). O público se deparou com desafios propostos sobre
métodos para potencializar os resultados da sustentabilidade, a partir dos investimentos
em projetos estratégicos, e como repensar o desenvolvimento de produtos e serviços
das organizações.
Aerton exemplificou que as empresas investem grandes valores em projetos e muitos
deles não se viabilizam. Diante deste cenário, as metodologias não têm como
objetivo criar regras ou normas, mas consolidar boas práticas no gerenciamento
de projetos.
Dividido em 25 grupos, o público foi convidado a pensar soluções para uma empresa
fictícia, incluindo os diversos atores da sociedade, tornando prático o discurso
do valor e da transparência. O desafio, segundo Aerton é "questionar, desde
o escopo do projeto, de um novo produto, por exemplo, até se ele foi planejado
para minimizar os impactos ambientais e sociais". Além dessa questão básica,
cabem outros questionamentos como a integração da cadeia de produção por pequenos
fornecedores; a contribuição para a capacitação ou formação profissional; e
o estímulo ao consumo consciente. Porém, alerta o diretor da Apel, "mais importante
do que obter as respostas é estimular o diálogo e a reflexão, criar a cultura
para definir um mapa das partes interessadas".
A oficina trouxe para José Carlos Alves, gerente nacional de racionalização
de gastos e eliminação de desperdícios da Caixa Econômica Federal, uma nova
perspectiva de atuação para projetos em andamento no banco. "Temos projetos
desenvolvidos dentro da metodologia PMI e podemos incorporar também princípios
de responsabilidade social empresarial, buscando questionar como as ações podem
contribuir com as Metas do Milênio e da Global Reporting Initiative (GRI), como
ações efetivas em busca da sustentabilidade".
A experiência também foi positiva para Alcino Vilela, analista de responsabilidade
social da Elektro Eletricidade. "Adotamos outra metodologia para gerenciamento
de projetos, certificada com a ISO 9001, e a oportunidade de trocar experiência
com profissionais que utilizam outras técnicas é muito construtiva, pela pluralidade
de opiniões de profissionais atuantes em diferentes setores".